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JUSTIÇA Sexta-feira, 19 de Agosto de 2022, 17:17 - A | A

19 de Agosto de 2022, 17h:17 - A | A

JUSTIÇA / DEPOIMENTO REVELADO

Sem receber de prefeitura, empresária de Cáceres teve que procurar agiota

Em depoimento à polícia, empresária contou que policial que atuava como agiota forçava intimidade com a vítima

ALLAN PEREIRA E LÁZARO THOR
Da Redação



A empresária vítima de ameaças e perseguições do investigador Luismar Castrillon Ramos, preso de forma preventiva por suposta prática de agiotagem, afirmou à Polícia Civil de Cáceres (a 225 km) que emprestou dinheiro de Luismar porque a Prefeitura de Cáceres não pagou o valor integral de uma licitação para fornecimento de alimentação que a sua empresa havia vencido.

Além disso, segundo depoimento ao qual a reportagem do Midiajur teve acesso, Luismar era próximo da empresária e a ajudava "em quase tudo" -  desde pequenos serviços domésticos até no pagamento das contas.

A empresária prestou depoimento na Delegacia Regional de Cáceres no dia 11 de agosto deste ano, após registrar boletim de ocorrência por supostas e reiteradas práticas de ameaças contra ela e sua filha.

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Ela contou que emprestou R$ 50 mil de Luismar, que disse que não precisaria restituir o valor. O empréstimo foi feito por conta da ausência de pagamento de um contrato com a prefeitura.

O boletim de ocorrência foi o estopim para a abertura de um inquérito na Corregedoria da Polícia Civil, que passou a investigar o policial civil pela suposta prática de usura, lesão corporal, exercício arbitrário da profissão e ameaça, inclusive de morte.

De acordo com o relatório do inquérito da Corregedoria da Polícia Civil, o valor total da dívida da empresária com o policial civil era de R$ 150 mil, sem juros. Luismar teria ajustado com o seu filho para cobrar da empresária um valor de R$ 2,1 milhões pela dívida. O agente teria ocorrido em suposta prática criminosa de usura (agiotagem).

O inquérito detalha que, a partir do final de julho de 2022, Luismar passou a fazer cobranças da dívida junto a empresária e sua filha para que pagassem o valor milionário. As cobranças eram feitas com ameaças, inclusive de morte. Um dos áudios anexado ao inquérito pela filha da vítima, que recebeu um áudio pelo WhatsApp, diz que a empresária era "Vagabunda que pegou meu dinheiro".

Conforme depoimento da empresária, que é dona de um restaurante e marmitaria em Cáceres eles são amigos há mais de dez anos. Era costume o policial civil ir ao restaurante para o café da manhã, almoço e janta. A amizade foi se fortalecendo com o tempo.

A empresária conta que, no final do ano passado, seu estabelecimento passava por problemas financeiros. Tinha dívidas e estava três meses receber da Prefeitura de Cáceres em uma licitação. “Com isso, estava devendo fornecedores, funcionários, energia e água”, relata.

Além de fazer as refeições no restaurante, a vítima relata também que era costume Luizmar lhe oferecer ajuda financeira. Ela sempre recusava as ofertas nessas ocasiões. Mas, com as dívidas, pediu R$ 50 mil emprestado com ele.

Detalha que perguntou quanto Luizmar cobraria de juros, e o investigador teria respondido que não cobraria nada dela. A vítima garantiu que iria pagar assim quer recebesse da prefeitura. O policial teria voltado a reiterar que ela não precisava quitar nada e chegado a afirmar que jamais iria cobrá-la.

A empresária pegou outro empréstimo com o policial no valor de R$ 15 mil. Após pegar o dinheiro em espécie, ela falava que iria pagá-lo, anotava os valores, mas, segundo o depoimento dela na delegacia, era costumeiro o investigador responder que ela não precisava se preocupar.

Disse que, depois dos empréstimos, chegou a frequentar a sua casa a qualquer hora do dia e falavam com frequência pelo telefone. A empresária teve que negar que eles estavam tendo um relacionamento, após desconfianças de familiares e amigos. Ela chega a firmar que não sentia mais intimidade dentro da sua própria casa e buscou alugar outra residência, mas sem falar o novo endereço para o policial.

Foi a partir desse momento que Luizmar passou a cobrar os empréstimos. Na visão da empresária, o investigador pode ter desconfiado que ela usou o dinheiro para comprar a residência e investido na sorveteria da filha. Algumas ameaças foram, inclusive, de morte.

Agressão em agência bancária

No dia 08 de agosto deste ano, a empresária foi sozinha a uma agência bancária de Cáceres por volta das 18h40. Ela notou um vulto e viu que alguém tocou em suas costas. Luizmar lhe perguntou do dinheiro, pegou em seu pescoço e começou a enforcá-la.

Um casal apareceu e pediu para ele parar com a agressão. Em seguida, o investigador teria pego o celular da vítima e o quebrou depois de bater com o aparelho na quina da mesa. Ele teria dito, antes de sair do banco, que “agora você não prova e não tem mais nenhum áudio”.

Após sair do banco, Luizmar enviou áudios com ameaças para a filha da empresária. As duas procuraram a Delegacia Regional de Cáceres e registraram boletim de ocorrência. Quatro dias depois, o investigador foi preso em flagrante depois de procurar a vítima em seu restaurante e também em sua casa, na última segunda (15).

Dois depois, ele também foi alvo da Operação Loan Shark, que buscou cumprir mandados de busca e apreensão domiciliar, medidas cautelares diversas de prisão e arresto de bens.

Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, três medidas cautelares diversas da prisão e arresto de veículos e dinheiro.

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