ÂNGELA JORDÃO
DA REDAÇÃO
A justiça negou o pedido de prisão domiciliar para a empresária Taiza Tossatt Eleoterio da Silva, principal alvo da Operação Cleópatra. Taiza, conhecida como "musa da pirâmide" na área de investimentos financeiros, é proprietária da empresa DT Investimentos. Ela usava as redes sociais se mostrando uma pessoa jovem, bonita, bem-sucedida, articulada e especialista em investimentos financeiros e assim aplicar golpes.
A decisão é do juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra da 7ª Vara Criminal de Cuiabá. Taiza foi presa em 31 de outubro de 2024, em Sinop, e desde então está na Penitenciária de Colíder. A defesa argumentou que as condições da unidade prisional seriam inadequadas ao tratamento de sua condição de saúde, pois Taiza sofreria de alergias graves e recorrentes. O pedido de prisão domiciliar humanitária possibilitaria a ela procurar tratamento mais adequado e qualificado.
O Ministério Público manifestou pelo indeferimento do pedido, argumentando que não há comprovação de que a unidade prisional é incapaz de oferecer o tratamento adequado à custodiada, além de inexistirem elementos que justifiquem a substituição da prisão preventiva por medida alternativa.
O magistrado apontou que "ao analisar o caso, ainda que a requerente seja portadora de asma e alergias, comprovado pelos relatórios médicos, tal fato não é suficiente para a concessão da prisão domiciliar, já que também deve estar comprovado que a unidade prisional é incapaz de providenciar o tratamento médico necessário, de acordo com a jurisprudência". Ele cita, ainda, os requisitos, previstos pelo Código Penal, em que a prisão domiciliar pode ser concedida e Taiza não se enquadra em nenhum deles.
O juiz também destacou que Taiza "tem obtido assistência médica pública e particular, desde quando deu entrada na unidade prisional. Teor que pode ser comprovado nos documentos em anexo. Vale também ressaltar que, ela se encontra alocada em uma cela compatível as suas necessidades de saúde".
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O atendimento médico devido é comprovado pelos autos da ficha de atendimento, noticiando que todas as vezes em que apresentou agravamento da sua saúde foi prontamente encaminhada para atendimento médico.
Por fim, o juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra aponta que "é insuficiente a aplicação de quaisquer das medidas cautelares alternativas à prisão, porque as circunstâncias pessoais do paciente revelaram que providência menos gravosa do que a custódia provisória não seria suficiente para a garantia da ordem pública".
Musa da Pirâmide
A empresária, proprietária da empresa DT Investimentos, usava as redes sociais para atrair as vítimas, se mostrando uma pessoa jovem, bonita, bem-sucedida, articulada e especialista em investimentos financeiros.
Com argumentos envolventes e com promessas de lucros de 2% a 6% por dia, dependendo do valor investido, a empresária convencia as vítimas a fazerem investimentos de altos valores, superiores a R$ 100 mil iniciais, em ações, entrando em um verdadeiro esquema de pirâmide financeira.
As vítimas recebiam o retorno financeiro nos primeiros meses, sendo incentivados a fazer novos investimentos, porém, após algum tempo, a empresa deixou de pagar os lucros para as vítimas. Ao solicitarem a devolução dos valores investidos, a empresária inventou desculpas até deixar de responder completamente às vítimas.
Também foram alvos da Operação Cleópatra, o médico Diego Rodrigues Flores e o ex-policial federal Ricardo Mancinelli Souto Ratola - ex-marido de Taiza, mas eles não tiveram mandados de prisão. O ex-policial federal era o gestor de negócios da empresa e o médico atuava como diretor administrativo, formando um grupo criminoso.
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