ARIELLY BARTH
Da Redação
Em outubro deste ano, Edgar Ricardo de Oliveira foi condenado pelo Tribunal do Júri há 136 anos, 3 meses e 20 dias de prisão pela chacina ocorrida em um bar em Sinop, a 480 km de Cuiabá. O crime, que aconteceu em fevereiro de 2023, resultou na morte de sete pessoas, incluindo uma criança de 12 anos.
O crime ocorreu no dia 21 de fevereiro, quando Edgar, que estava jogando sinuca com algumas pessoas no bar, teria se desentendido com o grupo e se retirado do local. Mais tarde, ele retornou armado ao estabelecimento, acompanhado de Ezequias Souza Ribeiro. Os dois ordenaram que as vítimas ficassem de frente para a parede, e, em seguida, Edgar foi até o carro e voltou já disparando contra o grupo. O crime foi registrado pelas câmeras de segurança do bar.
O júri, que foi adiado algumas vezes durante o ano, ocorreu em 15 de outubro, com Edgar já preso na Penitenciária Central de Mato Grosso (PCE). Ele participou da sessão por videoconferência, e sua defesa foi conduzida pela Defensoria Pública Estadual.
A defesa tentou alegar que Edgar agiu sob forte impulso emocional e a morte da criança teria sido acidental, na tentativa de atenuar a gravidade do crime. Já o Ministério Público argumentou que o motivo do crime foi torpe e o meio cruel, destacando a frieza com que o massacre foi cometido.
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Em seu depoimento, Edgar afirmou que havia consumido drogas momentos antes do crime e que só recobrou a consciência após fugir do local e jogar a pistola no rio. Durante sua fala, ele ainda declarou que "ninguém morre de graça" e alegou que o dono do bar, Bruno Maciel, teria armado contra ele e planejado até mesmo roubá-lo.
Segundo ele, no dia do crime, Maciel e outras vítimas (Getúlio Frasão, Orisberto Sousa, Josué Tenório e Elizeu Silva) teriam feito provocações e ameaças durante as partidas de sinuca.
A mãe de Larissa Frazão de Almeida, morta no massacre, e esposa de Getúlio Frasão também vítima do crime, relembrou durante a sessão o momento em que pediu à filha que não corresse, mas a menina respondeu que não poderia ficar ali. Ela acabou sendo alvejada pelas costas. Larissa também relatou que Ezequias chegou a apontar a arma contra ela, mas que, neste momento, já não havia mais balas.
Após os depoimentos e as argumentações de defesa e acusação, a juíza Rosângela Zacarkim dos Santos, da 1ª Vara Criminal da Comarca, proferiu a sentença. Edgar foi condenado por seis homicídios qualificados, sendo em razão de motivo torpe, meio cruel, com perigo comum e recurso que dificultou a defesa das vítimas. Além disso, ele foi condenado por furto e roubo majorado, com o uso de arma de fogo como agravante.
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