MIKHAIL FAVALESSA E LÁZARO THOR
Da Redação
O procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges Pereira, determinou uma investigação preliminar com relação ao uso de recursos públicos na realização da Marcha para Jesus, em Cuiabá.
No despacho, feito por Borges na terça-feira (14), o chefe do Ministério Público Estadual (MPE) menciona a possibilidade de uso do evento para "fins, em tese, eleitorais".
A marcha apareceu no noticiário nos últimos dias, após vir à tona que emendas parlamentares de deputados estaduais iriam patrocinar shows no evento religioso.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) viria a Cuiabá para participar da marcha, mas cancelou a visita no mesmo período em que a questão das emendas passou a circular nos meios de comunicação.
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Os deputados que destinaram as emendas são bolsonaristas: Xuxu Dal Molin (União Brasil), Valmir Moretto (Republicanos), Ulisses Moraes (PTB) e Gilberto Cattani (PL). No total, as emendas somam R$ 340 mil para pagar shows de música gospel.
O chefe do MPE já havia determinado a instauração de uma investigação com relação ao uso de recursos públicos das prefeituras de Mato Grosso para contratação de shows com dispensa de licitação, a maior parte deles de cantores e duplas sertanejos.
O caso ficou conhecido como "CPI do Sertanejo" nacionalmente, com a mesma situação acontecendo em prefeituras do interior de todo o país.
Borges afirmou que "a considerar o dever institucional do Ministério Público de tutelar pelo patrimônio público e pela moralidade administrativa, assim como pela lisura do pleito eleitoral", e também "por uma questão de cautela" é necessário abrir a investigação.
O procurador-geral de Justiça encaminhou cópia dos documentos ao promotor eleitoral vinculado à 1ª Zona Eleitoral de Cuiabá, "para conhecimento e providências reputadas pertinentes no âmbito de suas
respectivas atribuições", e também ao Núcleo de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa de Cuiabá do MPE.
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