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POLÍTICA Terça-feira, 28 de Junho de 2022, 12:00 - A | A

28 de Junho de 2022, 12h:00 - A | A

POLÍTICA / RESERVAS AMEAÇADAS

PL do Pantanal pulou trâmite e comunidades devem ser ouvidas, defendem entidades

Organizações apontam falta de diálogo com ribeirinhos, quilombolas e indígenas

DA REDAÇÃO



Em carta aberta, organizações da sociedade civil denunciam vício na tramitação do PL nº 561, projeto de lei que permite a pecuária extensiva e empreendimentos de pequeno e médio porte em Áreas de Preservação Permanente (APP) e de Reserva Legal no Pantanal mato-grossense.

Isso por que, segundo as organizações, o projeto foi apensado a outro PL de nº 003/2022 e não chegou a passar nas Comissões de Meio Ambiente e de Constituição de Justiça para novo parecer.

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As organizações pontuam que o texto do PL nº 561, mesmo tendo sido juntado a outro projeto, não deveria ter sido colocado em votação.

O PL nº 561 ia ser apreciado em primeira votação da sessão plenária da Assembleia Legislativa na última quarta (22), mas os deputados estadual Lúdio Cabral e Valdir Barranco, ambos do PT, pediram vista adiando a apreciação.

As organização pontuam, na carta aberta, que o PL nº 561 preocupa ambientalistas e defensores dos direitos humanos dada a limitada participação pública nas discussões sobre seus impactos.

A rede formada por organizações e representantes de comunidades tradicionais reclama que, com a celeridade de tramitação, não ocorreram discussões mais aprofundadas sobre as recomendações técnicas elaboradas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), contratada pela Comissão de Meio Ambiente da ALMT. Como exemplo, citam os possíveis danos e afetação climática.

“Recomendações relevantes para a proteção do bioma não estão contempladas na proposição em tramitação. Vale salientar ainda que as recomendações devem considerar um cenário de mudança do clima, que já impacta o Pantanal”, alertam. O Pantanal é essencial à regulação do clima global como uma importante reserva de carbono.

“Sob o pretexto de aumento da atividade econômica, não podem ser violados os direitos de ampla participação social, de proibição do retrocesso institucional e socioambiental, de igualdade política e de proteção adequada e efetiva do meio ambiente, neste caso do Pantanal”, alertam.

Por isso, de acordo com a carta, veem como fundamental a realização de audiência pública e consulta prévia às comunidades mais impactadas, como ribeirinhas, quilombolas e indígenas, antes da votação em plenário.

As entidades consideram que as lideranças partidárias – que apresentaram os projetos – têm conduzido o processo legislativo levando em consideração apenas um lado - agropecuaristas e empresários do turismo.

“A importância do bioma e a expressividade das ameaças ambientais que hoje pesam no seu território demandam que o trabalho legislativo referente à novas regulamentações de uso e de atividades rurais no pantanal sejam conduzidas com todas as garantias de transparência, de participação social de modo plural e que ele seja baseado em informações científicas consolidadas, diversas e atualizadas, a fim de salvaguardar a biodiversidade que contemplam os usos do solo, assim como a agricultura, a pecuária, a pesca, o turismo e a preservação do estilo de vida das pessoas do Pantanal”, diz trecho da carta.

Assinam o documento o Comitê Popular do Rio Paraguai/Pantanal, ECOA, Fé e Vida, Fórum Mato-Grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad), Instituto SOS Pantanal, Observatório do Pantanal, Observatório Socioambiental de Mato Grosso (Observa-MT), Rede de Comunidades Tradicionais Pantaneira, Rede de Mulheres do Pantanal e Cerrado e ainda, a Rede Pantanal.

 Acesse a carta na íntegra, clicando aqui.

(Com assessoria)

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