Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024
icon-weather
instagram.png facebook.png twitter.png whatsapp.png
Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024
icon-weather
Midia Jur
af7830227a0edd7a60dad3a4db0324ab_2.png

MEIO AMBIENTE Quinta-feira, 21 de Junho de 2018, 14:35 - A | A

21 de Junho de 2018, 14h:35 - A | A

MEIO AMBIENTE / ELEIÇÕES 2018

Eleição pode ser anulada em caso de 'fake news em massa', diz Fux

Presidente do TSE disse que medida está prevista no Código Eleitoral e que depende de um processo com provas

RENAN RAMALHO
DO G1



O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luiz Fux, afirmou nesta quinta-feira (21) que a Justiça Eleitoral poderá eventualmente anular o resultado de uma eleição se o resultado for fruto de uma massificação de “fake news”, as notícias falsas.

A declaração foi feita em entrevista num evento promovido pelo TSE junto com a União Europeia para discutir formas de combate à disseminação de conteúdo falso na internet que possa afetar a disputa eleitoral deste ano no Brasil.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamacia, também participaram do evento que aconteceu nesta quinta, na sede do TSE, em Brasília.

Para o ministro Luiz Fux, se for provado que a difusão de conteúdo falso influiu no resultado, a Justiça Eleitoral poderá anular a votação com base em regras do próprio Código Eleitoral, lei que disciplina os direitos políticos no país.

É claro que isso demanda um acervo probatório, uma cognição, conhecimento profundo daquilo que foi praticado. Mas a lei prevê esse tipo de sanção

“O artigo 222 do Código Eleitoral prevê que se o resultado de uma eleição qualquer for fruto de uma ‘fake news’ difundida de forma massiva e influente no resultado, o artigo 222 prevê inclusive a anulação. É claro que isso demanda um acervo probatório, uma cognição, conhecimento profundo daquilo que foi praticado. Mas a lei prevê esse tipo de sanção”, afirmou o ministro.

O artigo 222 do Código Eleitoral prevê que “é também anulável a votação, quando viciada de falsidade, fraude, coação, uso de meios de que trata o art. 237, ou emprego de processo de propaganda ou captação de sufrágios vedado por lei”.

O artigo 237, por sua vez, diz que serão coibidos e punidos “a interferência do poder econômico e o desvio ou abuso do poder de autoridade, em desfavor da liberdade do voto”.

Durante palestra sobre o assunto, Fux também levantou a possibilidade de anular uma candidatura e uma eleição, com base em instrumentos legais que a Justiça Eleitoral possui para garantir a lisura no pleito, como direito de resposta e multas por propaganda irregular.

“Temos uma tutela penal enérgica que pode anular candidatura que obteve êxito com base em ‘fake news’. Tem uma regra geral no artigo 323 do Código Eleitoral. E nós temos também a tutela no campo eleitoral, que impõe multas, impõe direito de resposta e impõe também eventualmente até anulação daquela eleição se ela foi fruto de uma massificação de ‘fake news’, com base no artigo 222 do Código Eleitoral”, disse o ministro no evento.

O artigo 323 do Código Eleitoral considera crime eleitoral o ato de alguém “divulgar, na propaganda, fatos que sabe inverídicos, em relação a partidos ou candidatos e capazes de exercerem influência perante o eleitorado”. A pena é de detenção de até um ano, além de multa.

Questionado sobre como a Justiça Eleitoral poderia anular uma eleição com base nessas regras, Fux esclareceu em entrevista que tal medida precisa ser decidida ao final de um processo, com provas e possibilidade de as partes envolvidas se manifestarem.

“Quem entender que a eleição deva ser anulada com base nesse dispositivo, vai provocar a Justiça, vai ter sua fase probatória, vai ter intervenção do Ministério Público”, disse.

Sem ‘desânimo’

Durante a palestra, Fux também disse que a Justiça Eleitoral não vai agir com “desânimo” no combate às “fake news”.

Para isso, além das punições legais, disse que contará com a ajuda da imprensa profissional, como “fonte primária” de informações; agências de checagem de fatos, para verificação de dados; redes sociais, para retirada de conteúdo falso; e também de partidos políticos e profissionais de marketing, que, segundo o ministro, se comprometeram em não disseminar as notícias falsas na internet.

Fux ressaltou que no combate às “fake news”, a Justiça Eleitoral terá sempre a preocupação de proteger a liberdade de opinião e expressão. “O ponto que distingue uma coisa da outra é a má-fé, é a propaganda enganosa sabidamente inverídica, que causa dano irreparável à candidatura alheia”, explicou.

Imprensa livre

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse que o antídoto para notícias falsas é o “bom funcionamento da imprensa livre”, com jornalismo profissional. Para isso, propôs aumento da transparência para produção de notícias, educação digital das pessoas para evitar disseminação de conteúdo falso, diversidade na informação e ferramentas para detectar falsidades.

“Não se corrigem abusos com abusos. Mas liberdades são defendidas pelo seu exercício cidadão. Democracia se garante com mais e melhor democracia”, afirmou a procuradora-geral.

Ainda durante o evento, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamacia, defendeu a “circulação desimpedida de ideias informações”, mas ressalvou que as “fake news” são uma ameaça à democracia, ao “deturpar” a vontade popular expressa no voto. Recomendou ações de inteligência, campanhas informativas e fortalecimento do jornalismo profissional.

“Cumpre evitar reações que aviltem a liberdade de expressão, a qual protege não apenas o direito individual daqueles que se manifestam, mas também o direito coletivo de acesso à informação. Logo, cerceá-la constituiria o exemplo típico de suposto antídoto que causa dano maior do que a doença”, afirmou.

Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .

Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.


Comente esta notícia

MT Hemocentro reforça convite para doação de sangue neste fim de ano
#GERAL
BAIXA NO ESTOQUE
MT Hemocentro reforça convite para doação de sangue neste fim de ano
Acidente em Sinop resulta em prisão e agressão a bombeiro
#GERAL
SEM CONTROLE
Acidente em Sinop resulta em prisão e agressão a bombeiro
Corpo é encontrado em fazenda de Campo Novo do Parecis
#GERAL
SEM IDENTIFICAÇÃO
Corpo é encontrado em fazenda de Campo Novo do Parecis
Corpo de jovem desaparecido é encontrado em área remota em Colíder
#GERAL
ENCONTRO DE CADÁVER
Corpo de jovem desaparecido é encontrado em área remota em Colíder
Homem denuncia agressões da esposa com faca e pedra; filho impediu tragédia
#GERAL
AGRESSÃO FAMILIAR
Homem denuncia agressões da esposa com faca e pedra; filho impediu tragédia
Acidente entre motocicleta e caminhão em Nova Canaã do Norte resulta em óbito
#GERAL
FATAL
Acidente entre motocicleta e caminhão em Nova Canaã do Norte resulta em óbito
Confira Também Nesta Seção: