ANGELA JORDÃO
DA REDAÇÃO
O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, rejeitou os pedidos de absolvição sumária feito pelos alvos da "Operação Grãos de Areia" e marcou as audiências para ouvir testemunhas e réus para os dias 07 e 08 de outubro de 2025, de forma virtual.
A defesa de dez dos denunciados alegava falta de provas de que eles fossem integrantes de organização criminosa, mas o juiz rejeitou a alegação. "Ante a necessidade de se elucidar os fatos sob o crivo do contraditório judicial e considerando a suficiência do exposto na denúncia com relação aos indícios de materialidade delitiva e autoria, rejeito as preliminares arguidas", concluiu o magistrado. A decisão foi publicada no Diário de Justiça Eletrônico do último dia 15 de janeiro.
A "Operação Grãos de Areia" desarticulou uma organização criminosa que cometida furto e fraude na entrega de cargas de soja na região sul do estado. A operação foi desencadeada em julho de 2022, em Rondonópolis. A organização vinha atuando desde o ano de 2020, e contava com a participação de motoristas de caminhão e funcionários de uma das empresas vítimas. Foram desviados aproximadamente 9 mil toneladas de soja e farelo de soja, entre os meses de janeiro a março de 2021 (correspondente ao período investigado), com valor estimado de R$ 22,5 milhões em produtos subtraídos nesses três meses.
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Na operação forma cumpridos 25 mandados de prisão preventiva, 32 mandados de busca e apreensão domiciliar, além de 31 ordens de sequestro de bens. Os mandados expedidos pela Sétima Vara Criminal de Cuiabá são cumpridos nas cidades de Rondonópolis, Pedra Preta, Diamantino e na Capital
A maioria da mercadoria desviada e adulterada pela organização criminosa tinha como destino o terminal de cargas ferroviário de Rondonópolis, o qual é operado por uma das empresas vítimas, a Rumo Logistica. A organização agia de duas formas, adulterando a carga, misturando areia e outros materiais a soja. Em outra frente, tendo como alvo a mercadoria farelo de soja, cotada em média no valor de R$ 2,5 mil a tonelada (na época dos fatos), apurou-se que esse produto era carregado pelos suspeitos em uma empresa na cidade de Primavera do Leste, com destino ao terminal de cargas da empresa ferroviária em Rondonópolis.
No trajeto era realizado a clonagem de outro caminhão com a mercadoria adulterada. Em seguida o caminhão clonado adentrava no pátio da empresa com a conivência de funcionários envolvidos no esquema e descarregava a mercadoria adulterada. Já o caminhão com o farelo de soja sem adulteração, retornava carregado para as empresas pertencentes a organização criminosa, onde era descarregado e a mercadoria subtraída. Posteriormente comercializada por valores abaixo do preço de mercado, gerando um lucro aproximado de R$ 100 mil por carga desviada.
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