THAIZA ASSUNÇÃO
DO MIDIANEWS
A juíza da 1ª Vara Criminal de Cuiabá, Mônica Catarina Perri Siqueira, cancelou a audiência, marcada para sexta-feira (3), na qual interrogaria Ellen Gonçalves Santana, acusada de atirar no rosto do ex-namorado, o policial militar Alexssandro Moreira de Oliveira.
O crime ocorreu no dia 5 de maio, no bairro Jardim Independência, em Cuiabá. Ellen está presa na Penitenciaria feminina Ana Maria do Couto May, na Capital.
De acordo com os advogados que defendem a acusada, Luciano Augusto e Wandré Andrade, a juíza decidiu pela anulação do interrogatório porque é irmã do desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que negou dois pedidos de liberdade da suspeita.
Mônica Perri está cobrindo a licença da juíza Maria Aparecida Fago, da 12ª Vara Criminal, onde se encontra o processo de Ellen.
Caso Mônica Perri decidesse interrogar a acusada e depois emitisse um parecer contrário à alegação da defesa, os advogados poderiam pedir a anulação da audiência.
Um novo interrogatório foi marcado para o dia 15 de outubro e será conduzido pela titular da 12ª Vara.
“A audiência não foi realizada porque a juíza Mônica Catarina Perri, que está em substituição a 12ª Vara Criminal, é irmã do desembargador Orlando Perri, que já havia negado dois pedidos de habeas corpus. Não há um impedimento legal, mas, para não gerar nulidade, a juíza decidiu designar a audiência”, afirmou Neves.
A defesa de Ellen alega que o tiro contra Alexssandro foi disparado de forma acidental. “Ao final desse processo, vamos provar a inocência da Ellen”, afirmou Neves.
A versão da acusada é de que ela estava dormindo próximo à piscina da casa, quando o namorado a acordou com uma mordida no pé e a chamou para ir embora, o que a teria assustado.
Ainda segundo o advogado, Ellen afirmou que o policial era "apressado" e que, por isso, se levantou rápido para pegar a bolsa, onde tinha guardado a arma que pertencia a ele.
Bruno Cidade/MidiaNews |
Alexssandro Moreira de Oliveira ao sair do Fórum de Cuiabá. |
Do outro lado, Alexssandro de Oliveira afirmou que Ellen atirou em seu rosto intencionalmente.
Ele compareceu ao Fórum, onde Ellen seria interrogada, mas não falou com a imprensa.
A ocorrência
Alexssandro de Oliveira, que faz parte da equipe de segurança do governador Pedro Taques (PDT), foi alvejado com um tiro no rosto, na residência de sua mãe, no dia 5 de abril, no bairro Jardim Independência.
Conforme o boletim de ocorrência, policiais que faziam rondas pelo bairro se depararam com a mãe da vítima solicitando socorro.
Eles entraram na residência e viram o policial caído em uma área externa.
O PM sangrava muito e foi levado para o hospital. Em seguida, os policiais encaminharam a namorada dele - suspeita do crime - para o Cisc Planalto.
Alexssandro recebeu alta no dia 27 do mês passado, após se recuperar de uma cirurgia bucomaxilo, para reconstrução da face.
Durante o tempo em que ficou internado, no Hospital Jardim Cuiabá, o policial correu grande risco de morte, entrando em coma três vezes.
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