MIKHAIL FAVALESSA E LÁZARO THOR
Da Redação
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Rondônia abriu uma nova investigação sobre o caso que resultou na prisão do juiz rondoniense Hedy Carlos Soares e em medida cautelar contra o empresário cuiabano Wevergton Alves da Silva.
O órgão, vinculado ao Ministério Público de Rondônia (MPRO), suspeita de um esquema de lavagem de dinheiro com criptomoedas. Haveria ainda a possibilidade de que o mecanismo esteja sendo utilizado para um esquema de pirâmide.
Segundo fonte ouvida pela reportagem do Midiajur, as investigações devem seguir também pela suspeita de envolvimento de outras autoridades no caso, que segue tramitando no Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO).
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Na decisão que decretou a prisão preventiva do juiz, o TJRO determinou o bloqueio de criptoativos de Hedy Carlos, da advogada Bárbara Siqueira Pereira, dos empresários Sérgio Beraldo Santos e Andréia de Lima Sinotti, e de Wevergton nas corretoras Foxbit Serviços Digitais S/A, BitcoinTrade (PeerTrade Digital Ltda), Mercado Bitcoin Serviços Digitais LTDA, Walltime, Bitcointoyou (Vivar Tecnologia da Informação Ltda), e Binance.
No total, a decisão buscou o bloqueio de R$ 4,2 milhões dos envolvidos, tanto em contas bancárias como em criptomoedas.
De acordo com voto do desembargador Osny Claro de Oliveira Junior, na decisão da Turma de Câmaras Criminais Reunidas do Tribunal de Justiça de Rondônia, o juiz Hedy Carlos teria tentado extorquir o casal Sérgio Beraldo Santos e Andréia de Lima Sinotti.
Hedy Carlos afirmava que Sérgio lhe devia R$ 3 milhões por negócios feitos na fazenda do juiz em Rondônia. Sérgio administrava a compra e venda de gado em nome do magistrado naquele Estado e também no Acre.
Em meio às pressões para que o casal entregasse os direitos sobre veículos e um imóvel, com uso de dois supostos policiais de São Paulo, que estavam armados, o juiz teria obrigado Sérgio e Andréia a assinar uma procuração que repassava os bens para Wevergton Alves da Silva.
Já Wevergton, por sua vez, havia assinado uma procuração repassando a administração de seus bens para Hedy Carlos.
O morador de Cuiabá é dono de um CNPJ de microempreendedor individual (MEI). De acordo com a decisão do TJRO, Wevergton declarou renda de R$ 1.045,00 mensais ao abrir uma conta bancária, mas movimentou apenas em junho deste ano R$ 619 mil.
Além disso a reportagem constatou que Wevergton é dono de um terreno sem edificação de 250 metros quadrados no bairro Santa Amália.
OUTRO LADO - A reportagem tentou contato telefônico com Wevergton por meio do número informado por ele à Receita Federal, mas não foi possível falar com o empresário. O espaço segue aberto.
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