LETICIA PEREIRA
Da Redação
O deputado estadual Wilson Santos (PSD) propôs a criação de uma agência sustentada pelo estado para tratar exclusivamente das mudanças climáticas e composta apenas por profissionais técnicos e cientistas. O projeto tramita na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).
Segundo o parlamentar, o órgão funcionaria de maneira semelhante à Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos de Mato Grosso (Ager/MT), que tem a responsabilidade de fiscalizar e propor políticas públicas sobre os serviços prestados pelo estado.
Wilson alegou que a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) não tem estrutura suficiente para arcar com as demandas climáticas recentes e isso justificaria a criação de uma agência separada.
Leia mais:
Vereador preso em operação se reuniu com liderança do CV presa no RJ
“A SEMA tem um universo de atividades que sequer ela consegue cuidar, calcule ampliar isso para as mudanças climáticas. Ela não tem, hoje, nada específico voltado para isso [...]. Haveria uma separação para que nós tivéssemos orçamento próprio, rubrica orçamentária própria, fiscais próprios, cientistas e ela seria ocupada exclusivamente por técnicos”, disse o deputado.
Para ele, a classe política falha em tentar lidar com os problemas ambientais ignorando a ciência, por isso, a proposta seria basear as decisões políticas em estudos específicos da área.
“Falta humildade dos políticos. Porque quem acaba tendo a palavra final é o político. Então falta humildade para ouvir a ciência. [...] O político tem que decidir em cima de estudos e documentos científicos comprobatórios, e não do achismo, da orelhada, como sempre aconteceu”, afirmou.
O político ainda explanou sobre os impactos dos incêndios florestais na saúde pública e a normalização da emergência.
“Mato Grosso virou um charuto só, um cigarro, não para de queimar. Isso destrói parte da microbiota, responsável por fertilizar o solo. Toda vez que tem um incêndio dessa natureza, empobrece aquele território queimado. Nós temos milhares de crianças e idosos nas filas das UPAs, das policlínicas, dos PSFs intoxicados com o monóxido e dióxido de carbono, muita gente adoecendo e a gente acha que isso é normal”, alertou.
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.