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LETICIA AVALOS
DA REDAÇÃO

Um dos políticos mais experientes do Estado, o deputado estadual Júlio Campos (União) vai sugerir que as Assembleias Legislativas liderem uma mobilização nacional pela anisita "ampla, geral e irrestrita" aos condenados pelo '8 de Janeiro'. Ele declarou que a intenção é a pacificação do país, hoje dividido entre "direita e esquerda".

"Vou até sugerir que as Assembleias Legislativas dos Estados comecem uma mobilização nacional pela 'anistia já'. Foram muito pesadas as penas, muitas pessoas inocentes estavam lá para um protesto normal, democrático e que foram levadas para a cadeia e recebem 17 anos de prisão. Isso não é justo", avaliou o parlamentar.

"Estão punindo pessoas inocentes como se fossem bandidos, assaltantes e até latrocínio", complementou.

Segundo Júlio Campos, após ler os noticiários sobre a denúncia da Procuradoria Geral da República sobre a denúncia contra mais de 30 envolvidos numa tentativa de golpe de Estado - entre os denunciados está o presidente Jair Bolsonaro -, chegou à percepção de que a divisão ideológica prejudica o Brasil.

"Está na hora de uma campanha nacional de pacificar o país. País ficou muito radicalizado e agora ficou pior ainda", pontuou o deputado, que não classifica os atos de "8 de Janeiro", quando manifestantes bolsonaristas invadiram os 3 Poderes, como tentativa de golpe de Estado.

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"Nunca vi golpe sem participação militar. Isso é muito ruim e vai conflitar ainda mais a população brasileira", analisou.

O deputado lembrou que a proposta de "anisita" não é inédita no Brasil. Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi condenado em 3 instâncias e "acabou sendo anistiado pelo STF". "Agora o PT e seus aliados não querem fazer a pacificação da nação dando essa anistia", pontuou.

Em relação aos efeitos políticos da denúncia contra Bolsonaro e seus aliados - incluindo militares -, o ex-governador prevê que a direita poderá se sobressair na próxima eleição. "O povo brasileiro sempre gosta de mártir né? No momento em que transformam o presidente Bolsonaro num condenado total, quando ele estava até nos Estados Unidos, não tava nem no Brasil, e agora é acusado de ser um grande terrorista. Acredito que a denúncia prejudica muito a democracia e também fortalece muito a direita nacional", finalizou.

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