DA REDAÇÃO
O município de Pontal do Araguaia será palco de ações para estimular a qualificação da produção de mel em Mato Grosso. Pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) vão desenvolver no Câmpus do município projeto para manejo sustentável de colônias de abelhas sem ferrão, produção de mel e produtos derivados. O trabalho dos pesquisadores também têm viés social na capacitação para agregar valor à mão de obra de famílias de dois assentamentos.
O projeto “Meliponicultura e manejo sustentável da flora do cerrado para desenvolvimento de cadeia produtiva de bioprodutos alimentícios” tem o apoio da chamada da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), “Cadeias produtivas da bioeconomia”. “A criação de abelhas nativas não pode depender apenas da floresta nativa existente na região, e para que a meliponicultura tenha sucesso em geração de renda, precisa ser abordada como atividade zootécnica, com planejamento, adoção de técnicas de manejo e oferta de pastagem para as abelhas, além de outras orientações como atividade de produção e não apenas de conservação”, explica a coordenadora do projeto, professora Eliane Augusto Ndiaye.
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As atividades serão realizadas nos assentamentos rurais Brilhante e Sol, de forma forma participativa com a colaboração das famílias que residem nesses locais, contando com a colaboração também de docentes, técnicos e discentes do Campus Universitário do Araguaia com foco no valor ambiental do trabalho. “Ao mesmo tempo, a atividade de meliponicultura tem importante valor ecológico, e pode ser associada a ações de conservação, turismo e educação ambiental”, ressalta a professora. Haverá um levantamento de campo sobre a flora em um raio de 3 km dos locais de abelhas nativas.
“A meliponicultura com autossustentabilidade influenciará em melhor qualidade de vida, pois proporciona oferta de produtos alimentícios e terapêuticos (mel, pólen, propólis), assim como a geração de renda com a venda desses produtos e de outros com valor agregado”, relata a professora Eliane Augusto Ndiaye sobre o trabalho inicial que vai contar com registros fotográficos e coleta de materiais botânicos. Os assentados participantes do projeto serão capacitados em cursos sobre meliponicultura, produção de mudas e preparo de produtos à base de mel, própolis e cera por professores e parceiros.
Aprovação é avanço para a UFMT
A UFMT comemorou a aprovação do projeto a ser desenvolvido no Câmpus do Araguaia. “Eu estou muito feliz com essa proposta por se tratar de um Arranjo Produtivo Regional vinculado à Bioeconomia que vai envolver a produção de mel por pequenas propriedades no Vale do Araguaia que é uma região que carece de investimentos direcionados às práticas do pequeno produtor, que é característico da região”, destacou o reitor da UFMT, professor Evandro Soares da Silva. Ao todo serão aplicados R$ 1,7 milhão em diferentes ações que vão ter impacto também na preservação do Cerrado, frisou.
O Pró-reitor de Pesquisa (Propeq), professor Leandro Battirola, também exaltou a aprovação no valor significativo para investir na região. “Nós tivemos uma ampliação de recursos destinados a um edital que concorremos em 2022. Em 2022 quando submetemos a proposta fomos classificados, mas fora do limite orçamentário disponível na chamada. Com a ampliação dos recursos a essa área temática pela Finep a nossa proposta foi contemplada. Essa é mais uma das propostas que submetemos aos editais da Finep com vistas a ampliar nossa infraestrutura de pesquisa”, explicou o Pró-reitor de Pesquisa.
(Com assessoria)
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