DA ASSESSORIA
A hipertensão é uma doença que passa despercebida para muitas pessoas, isso porque é assintomática em grande parte da população. Por outro lado, aqueles que já foram diagnosticados fazem o tratamento de forma inadequada, o que é considerado um desafio e um problema, já que a pressão arterial está associada às principais causas de morte no mundo, como o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC), entre outras doenças graves.
O médico Sandro Andrey Nogueira Franco, cardiologista e diretor médico do Hospital São Mateus, em Cuiabá, destaca que metade da população hipertensa sabe que tem a doença, e somente a metade dessas pessoas toma medicamentos.
“É uma doença com muita prevalência, mas com pouco controle. Precisamos avançar muito neste aspecto, seja farmacológico como não farmacológico, que são medidas associadas que ajudam a diminuir a pressão arterial, como dieta com pouco sal, rica em fibras, frutas, verduras, controle da obesidade e a prática de exercícios físicos”, alerta o especialista.
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De acordo com dados da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas (Vigitel 2023/ Ministério da Saúde), em Cuiabá, 27,6% da população tem hipertensão, sendo 28,3% dos homens e 26,9% das mulheres afetadas pela doença.
“Na maioria dos pacientes existe uma causa genética. Quem é de uma família de hipertensos, tem grande chance de desenvolver a doença ao longo da vida, principalmente após os 30 anos. Para essas pessoas, é recomendado aferir a pressão com certa frequência e fazer exames cardiológicos regularmente”, destaca o cardiologista.
Doenças provocadas pela hipertensão
Um dos problemas mais recorrentes associados à hipertensão é a arteriosclerose, que é o endurecimento das artérias causado pela pressão com que o sangue passa por essas estruturas.
“Com o tempo, essa doença está associada à formação de placas, que podem evoluir para outros problemas graves, podendo culminar em um infarto e até mesmo em um AVC”.
Outras doenças provocadas pela hipertensão são a hipertrofia do coração, que ocorre quando a parede do órgão fica espessa e isso pode resultar em uma insuficiência cardíaca. Também existe o risco de insuficiência renal, que pode levar o paciente a depender de diálise – que é a filtragem do sangue por meio de um aparelho.
Há ainda os riscos de doenças cerebrais além do AVC, como arteriosclerose cerebral e até mesmo a demência.
“Quando o paciente adere ao tratamento e controla a hipertensão, diminui os riscos dessas doenças associadas e melhora significativamente a qualidade de vida”, reforça o médico.
Hipertensão
Para que uma pessoa possa diagnosticar a hipertensão, o principal exame é a MAPA - Monitorização Ambulatorial de Pressão Arterial, na qual o paciente usa um aparelho que afere sua pressão por 24 horas.
“Uma pressão de 135 por 85 já é classificada como pré-hipertensão, enquanto que acima de 140 por 90 já é considerada hipertensão. Uma única aferição da pressão não é suficiente para identificar se a pessoa é hipertensa, por isso, o exame MAPA é fundamental. Vale lembrar que os principais medicamentos para controle da pressão arterial são distribuídos pelo SUS”, enfatiza o cardiologista.
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