Assessoria
Em mês de Outubro Rosa, muito se fala sobre como prevenir o câncer de mama. Mas o que fazer quando o diagnóstico da doença é confirmado? O que deve ser priorizado, por onde começar? Nós conversamos com o coordenador de Oncologia no Hospital Santa Rosa, Eduardo Romero, para saber qual é o primeiro passo a ser tomado.
E, para nossa surpresa, ainda há muita desinformação em torno do assunto, mesmo com o movimento Outubro Rosa se tornando popular no País. “Realizar o diagnóstico e o tratamento o mais rápido possível é um direito da paciente. Temos duas leis no Brasil que exigem essa agilidade, porque o tempo é essencial no combate ao câncer”, observa Eduardo.
A lei 12.732/12 e a lei 13.896/2019 determinam que no prazo máximo de 60 dias os pacientes com suspeita de câncer de mama tenham o seu diagnóstico concluído e o seu tratamento iniciado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O descumprimento de cada um desses prazos pode ser questionado na justiça.
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“Hoje, Cuiabá tem estrutura material, física e humana para cumprir as duas leis, tanto no serviço público como privado. Mas é importante que a paciente saiba dessa informação, pois é seu direito”, pondera Eduardo.
Durante o diagnóstico mais detalhado sobre o câncer de mama, uma série de exames complementares é realizada. O objetivo é identificar o grau de malignidade e o “estadiamento” (estágio) do tumor. Somente assim o médico poderá definir que tipo de procedimento a paciente fará.
Enquanto o médico investiga a doença e possíveis abordagens de tratamento, é comum que a paciente tenha medo e fique ansiosa. E com motivos. “É provável que a paciente mude de médico, que precise fazer novos exames – cujos resultados podem demorar. São dias de dúvidas e insegurança. Por isso, ser ágil nesse primeiro momento também é uma forma de cuidado emocional com ela”, afirma o oncologista.
Nos últimos dois anos, houve um aumento no registro de casos de câncer de mama. O resultado já era esperado devido à pandemia de Covid-19, que impactou na realização de exames preventivos e de acompanhamento. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a projeção é de que Mato Grosso tenha 1.040 casos da doença em 2023, o que corresponde a um aumento de 84% em relação aos 560 casos de 2022.
Avanços. Mas, por outro lado, no último biênio as opções de tratamento também avançaram muito. “As pesquisas científicas não param e há muita novidade. Já temos medicamentos de imunoterapia que substituem a quimioterapia, ainda marcada por efeitos colaterais e indesejados, como a perda de cabelos. É questão de tempo que todas as inovações usadas nos hospitais privados cheguem também na rede pública”, pontua o coordenador de Oncologia do Hospital Santa Rosa.
O diagnóstico preventivo também tem avançado. Uma das opções é o teste amplo genético, que permite que mulheres com histórico de câncer de mama na família saibam qual é risco de desenvolverem a doença. O oncologista explica que isso permite à paciente mudar hábitos e iniciar cuidados preventivos com foco em qualidade de vida.
Embora o câncer de mama seja o mais frequente entre mulheres no Brasil, a sobrevida em pacientes com a doença se ampliou nos últimos anos. “Temos pacientes que tiveram o diagnóstico há mais de 15 anos, e seguem saudáveis. Mudaram hábitos, seguem com o monitoramento permanente e vivem bem”, comenta Eduardo Romero.
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