Do MidiaNews
Alvo da Operação Rota Final, o deputado Dilmar Dal’Bosco (DEM) revelou que agentes do Ministério Público Estadual (MPE) apreenderam “sem justificativa” R$ 150 mil em dinheiro vivo na sua residência, em Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá), no dia 14 de maio.
Dilmar falou com a imprensa, nesta semana, pela primeira após a deflagração da terceira fase da investigação, que apura suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude a licitação do setor de transporte coletivo rodoviário intermunicipal.
Segundo Dilmar, o valor apreendido é referente a venda de um trator de esteira, de uma de suas propriedades rurais e continha nota fiscal. Ele afirmou que a família foi atacada e criticou a operação.
“Houve [apreensão de dinheiro] com nota fiscal. É meu dinheiro. Tudo comprovado. Já está para ser analisado. Não era objeto da investigação”, afirmou.
Dilmar classificou como “suposições” as acusações apontadas pelo Ministério Público.
“São suposições. Fazer suposições é fácil. As coisas, hoje, são difíceis. Hoje é ao contrário. Antes de fazer as suposições, por que não chamam para ver o que é? O que tem de verdade ou não?”, questionou.
Dilmar é acusado de ter recebido R$ 512 mil em propina da empresa Verde Transportes – investigada na operação - entre os anos de 2014 e 2017.
Nas investigações da Rota Final, o MPE apontou que a Comissão Especial de Transporte da AL, criada em 2015 e presidida por ele, foi instalada em razão de “gestão política” dos envolvidos no suposto esquema.
Dilmar criticou a denúncia do órgão e sugeriu que o órgão dificulta a atividade política dos deputados.
“Um dia nós não vamos poder ser parlamentares, vamos poder ser apenas legisladores", resumiu.
ROTA FINAL - Agentes do Naco e Gaeco cumpriram mandados de busca e apreensão nas residências de Dal’Bosco, do suplente de deputado Pedro Satelite (PSD) e da assessora parlamentar Cristiane Cordeiro., suspeitos de envolvimento no esquema.
Os agentes policiais também tentaram cumprir a ordem de prisão preventiva contra Eder Pinheiro, dono da Verde Tranportes e apontado como líder do esquema. Ele não foi encontrado e é considerado foragido.
Foi cumprida, ainda, ordem de sequestro judicial de bens dos investigados até o montante de R$ 86 milhões.
O montante abrange vários imóveis, dois aviões, vários veículos de luxo, bloqueio de contas bancárias e outros bens necessários ao ressarcimento do prejuízo acarretado pela prática dos crimes.
A investigação, iniciada na Polícia Civil, foi encaminhada Gaeco em meados de 2019.
O inquérito policial possui 47 volumes de elementos de informações. Mais de 20 pessoas são investigadas.
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