Sexta-feira, 03 de Janeiro de 2025
icon-weather
instagram.png facebook.png twitter.png whatsapp.png
Sexta-feira, 03 de Janeiro de 2025
icon-weather
Midia Jur
af7830227a0edd7a60dad3a4db0324ab_2.png

JUSTIÇA Sexta-feira, 11 de Setembro de 2015, 10:59 - A | A

11 de Setembro de 2015, 10h:59 - A | A

JUSTIÇA / SUPOSTA INJÚRIA RACIAL

Tribunal julga PAD que pode aposentar desembargador afastado

Evandro Stábile responde procedimento por suposta humilhação a um pedreiro

LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO



O Pleno do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) marcou para a próxima quinta-feira (19) o julgamento de Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) contra o desembargador afastado Evandro Stábile.

Ele é investigado por suposta injúria racial ao, em tese, ter chamado um pedreiro de “negro safado”, “negro à toa”, dentre outros xingamentos ofensivos e racistas.

Caso seja julgado procedente, o desembargador pode sofrer penas que vão desde a simples advertência até a pena máxima de aposentadoria compulsória.

Pelo alegado crime, ele também responde a um inquérito criminal que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O PAD foi instaurado em agosto do ano passado e está sob a relatoria do desembargador Marcos Machado. O magistrado já interrogou Stábile, em março deste ano, assim como realizou oitiva com as testemunhas do caso.

Stábile está afastado do cargo em razão de denúncias sobre um suposto esquema de venda de sentenças, investigado pela Polícia Federal, por meio da Operação Asafe, deflagrada em 2010.

A polêmica

De acordo com a sindicância que originou o PAD, o caso teria ocorrido em um condomínio na cidade de Chapada dos Guimarães (67 km ao Norte de Cuiabá), onde Stábile tem um apartamento.

Durante estadia do magistrado, por volta das 19h, ele teria se incomodado com o barulho de uma máquina betoneira (que faz a mistura que resulta na massa) de uma obra e a desligou.

Um dos trabalhadores da obra, identificado apenas como Roberto, foi até a máquina e a religou, o que teria causado a revolta de Stábile, que teria começado a disparar ofensas contra o trabalhador.

De acordo com o pedreiro, o desembargador o teria chamado de “negro safado”, “negro à toa”, “peão” e “vagabundo”.

Roberto disse também, em depoimento, que Stábile o mandou calar a boca e o ameaçou de mandar prendê-lo e “colocá-lo em um camburão”.

Ao rebater as acusações, Roberto disse que não se calaria e que o desembargador não era mais homem que ele.

Stábile então teria rebatido a fala e dito para Roberto não chamá-lo de "você", e sim de "doutor", porque era desembargador do Tribunal de Justiça.

Após a discussão, o magistrado teria saído em sua caminhonete e, posteriormente, proibido o pedreiro de entrar no condomínio.

Abertura do PAD

Na sessão de julgamento que decidiu pela abertura do PAD, o desembargador Orlando Perri, responsável pela análise da sindicância, rejeitou as alegações de Evandro Stábile, que pedia o arquivamento da investigação.

Para Stábile, a investigação era nula porque a sindicância teria extrapolado o prazo de 60 dias para ser finalizada.

Ele ainda alegou que a produção das provas contra ele também eram nulas, pois tal procedimento só poderia ser feito com autorização do STJ, devido à sua prerrogativa de magistrado.

Perri relatou que a demora na conclusão da sindicância foi culpa do próprio Stábile, que estava sempre em viagem ao exterior e dificultava a própria intimação.

Ele citou decisão da ministra Nancy Andrighi, que havia determinado a Stábile o pagamento de fiança de R$ 25 mil, para garantir que ele comparecesse a audiência na Justiça Federal.

Quanto ao mérito, Perri entendeu que há “provas seguras” contra Stábile por injúria racial.

Entre as provas, estão os depoimentos feitos à Justiça por diversos trabalhadores que se encontravam no local e confirmaram os xingamentos de Stábile contra o pedreiro.

Pelo alegado crime, todos os desembargadores concordaram com Perri em dar continuidade às investigações, com a abertura de PAD contra Evandro Stábile.

Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .

Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.


Comente esta notícia

Polícia investiga roubo em centro comercial em região nobre de Cuiabá
#GERAL
FLORAIS
Polícia investiga roubo em centro comercial em região nobre de Cuiabá
Motociclista perde a vida no Contorno Leste, em Cuiabá
#GERAL
ACIDENTE FATAL
Motociclista perde a vida no Contorno Leste, em Cuiabá
PM prende motorista que transportava carga de madeira irregular
#GERAL
CRIME AMBIENTAL
PM prende motorista que transportava carga de madeira irregular
Rapaz é morto a facadas durante briga em festa de Réveillon em MT
#GERAL
ASSASSINATO
Rapaz é morto a facadas durante briga em festa de Réveillon em MT
Turista é atingida por fogos de artifício dentro de apartamento em SC
#GERAL
VÍDEO
Turista é atingida por fogos de artifício dentro de apartamento em SC
Cine Teatro Cuiabá recebeu mais de 57 mil pessoas e 45 atrações nacionais em 2024
#GERAL
ACESSO À CULTURA
Cine Teatro Cuiabá recebeu mais de 57 mil pessoas e 45 atrações nacionais em 2024
Confira Também Nesta Seção: