GILSON NASSER
DA REDAÇÃO
A juíza Alethea Assunção Santos, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, negou pedido de liberdade do tesoureiro da facção criminosa Comando Vermelho em Mato Grosso, Paulo Witer Farias Paelo, conhecido como W.T. A decisão ocorreu no último dia 24 de janeiro.
W.T foi preso na Operação Apito Final, acusado de lavar dinheiro da facção criminosa com uma equipe de futebol amador em Cuiabá.
No relatório da decisão, a defesa de W.T alega que ele encontra-se na mesma situação processual dos outros réus na ação penal que respondem em liberdade. Todos respondem pelos crimes de lavagem de capitais e organização criminosa.
"Por derradeiro, afirma que a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, notadamente o uso de tornozeleira eletrônica, seria suficiente para a garantia da ordem pública e da instrução criminal (id. 178108595)", diz o relatório da decisão.
O Ministério Público Estadual emitiu parecer pela negativa do pedido e manutenção da prisão do réu.
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Na decisão, a juíza destaca que W.T é homem de confiança de 'Sandro Louco', o principal líder do Comando Vermelho no Estado. Aponta também que ele é responsável pelo tráfico de drogas em algumas regiões de Cuiabá onde possui grande influência e é tratado como 'ídolo' dos jovens.
"Não fosse suficiente, o risco de reiteração delitiva mostra-se evidente, eis que o réu possui 6 condenações ativas, pela prática dos crimes de roubo, lavagem de capitais e organização criminosa que, somados, ultrapassa 50 (cinquenta) anos de condenação (PEP 0009678-86.2007.8.11.0042)", complementa a decisão.
Além disso, a magistrada afirmou que medidas cautelares já foram descumpridas por Paulo Witer em outras ocasiões, sendo constatada viagens luxuosas enquanto ele deveria estar em Cuiabá.
"Verifica-se que as medidas cautelares diversas da prisão mostram-se insuficientes no caso em tela, vez que, conforme fato público e notório, Paulo Witer encontrava-se cumprindo pena no regime semiaberto no PEP alhures mencionado, com uso de monitoramento eletrônico, quando foi preso nos autos oriundo da Operação “Apito Final”, após disfrutar das comemorações da virada do ano na Cidade de Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Após, viajou para o Rio de Janeiro/RJ e, em seguida, para Maceió/AL, onde foi preso, na data de 29 de março de 2024", relata a juíza.
A magistrada explica ainda que a situação de W.T difere dos réus soltos, uma vez que ele tem papel de liderança na organização criminosa.
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