GILSON NASSER
DA REDAÇÃO
A juíza Alethea Assunção Santos, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, negou pedido do Ministério Público Estadual para prender Josué Carneiro das Neves e Aberi Braz Parreira Neto. Ambos são réus na Operação Etanol, deflagrada em 2018 pela Polícia Civil de Mato Grosso.
A operação investigou um esquema de desvio de mais de R$ 28 milhões de uma cooperativa de cana-de-açúcar e etanol no Estado. Além de Josué e Aberi, são réus na ação penal Nivaldo Francisco Rodrigues, Junio Jose Graciliano, Adriano Froelich Martins, Heberth Oliveira da Silva, Haran Perpétuo Quintiliano, Edimar Rodrigues da Cunha, Claudete Maria Rubel, Paula Joca Dorigon Graciano e Osana Teixeira Borges.
O motivo do pedido de prisão é o "sumiço" dos dois réus. "Instado a se manifestar, o Ministério Público ratificou a manifestação apresentada no id. 175414539, pugnando pela citação editalícia dos acusados Josué Carneiro das Neves e Aberi Braz Parreira Neto, assim como pela decretação da prisão preventiva dos réus", diz relatório da decisão.
Na decisão, a magistrada deferiu o pedido de citação por edital, dando prazo de 15 dias para eles se manifestarem nos autos. Se não tiverem advogados constituídos, eles deverão ser assistidos pela Defensoria Pública do Estado.
Já em relação a prisão preventiva, o pedido do MPMT foi negado. "Entendo que referido pleito não deve ser acolhido, neste momento, ante a ausência de contemporaneidade dos delitos imputados aos denunciados, consoante passo a analisar", escreveu a juíza.
"Dessa forma, como já dito, embora não se desconheça a gravidade e a censurabilidade dos fatos narrados na denúncia, não há como se presumir que, agora, passados oito anos da ocorrência dos fatos, a liberdade dos réus possa representar qualquer risco à ordem pública, de modo que o presente pedido não demonstrou a efetiva necessidade da segregação cautelar", complementou.
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OPERAÇÃO ETANOL
Um desvio de quase R$ 28 milhões de uma cooperativa de açúcar e etanol foi descoberto pela Polícia Civil em Campo Novo do Parecis, a 397 km de Cuiabá. Segundo as investigações, o ex-gerente financeiro da empresa teria comandado o esquema entre 2011 até junho de 2017.
O enriquecimento financeiro do gerente chamou a atenção dos diretores da empresa, que fizeram uma auditoria e descobriram a fraude, comprovada pela Polícia Civil.
A cooperativa tem 46 cooperados, divididos em 19 famílias, sendo quase a totalidade dessas famílias residentes Campo Novo do Parecis. A empresa é uma das principais geradoras de renda e emprego da cidade. O ex-gerente teve todos os bens bloqueados pela Justiça de Mato Grosso.
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