CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO
O juiz Jorge Hassib Ibrahim, que foi agredido dentro do Fórum de Paranatinga nesta quarta-feira (26), afirmou à Policia Militar que o ataque foi motivado por procedimentos que ele tomou durante uma audiência ocorrida no dia anterior, da qual participou uma advogada que é filha do agressor, o também advogado Homero Amilcar Nedel.
Após dar um soco nos olhos do um juiz, o advogado teve que ser contido com algemas por um policial militar.
As informações constam no boletim de ocorrência registrado na Polícia Militar do Município. O B.O., no entanto, não especifica qual seria o procedimento do juiz que teria revoltado o advogado.
À Polícia Militar, o magistrado relatou que o advogado entrou em sua sala gritando e perguntando sobre a audiência que havia ocorrido em data anterior com sua filha. Logo após, ele desferiu o soco em seu rosto.
Testemunhas chamaram a Polícia Militar, que teve que usar algemas para conter o advogado. “Devido os ânimos exaltados foi necessário fazer usos de algemas conforme sumula vinculante n° 11”, consta em boletim de ocorrência.
Conforme informações, o advogado ficou indignado com procedimentos que o magistrando tomou na audiência em que sua filha participava na Comarca.
Após a agressão, o magistrado foi encaminhado à Delegacia do Município para confecção do boletim de ocorrência.
O advogado Almir Rogério de Moura, representante da Ordem dos Advogados do Brasil OAB-MT, acompanhou os trâmites.
O caso será investigado pela Polícia Civil. Imagens das câmeras das segurança serão usadas na investigação.
Repúdio
Na noite de quarta-feira, a OAB Mato Grosso emitiu nota em repúdio à agressão do magistrado.
“A OAB-MT não aceita, não tolera e não compactua com o uso de violência em quaisquer de suas formas, razão pela qual, respeitado e garantido e devido processo legal, não se furtará de cumprir e fazer cumprir seu papel correcional”, consta em nota.
O desembargador Rui Ramos, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, e o presidente da OAB Mato Grosso, Leonardo Campos, estão à caminho de Paranatinga na manhã desta quinta-feira (27).
Outro caso
Em 2011 enquanto era vice-presidente da OAB em Paranatinga, o advogado Homero Amilcar Nedel se envolveu em outra confusão.
O advogado foi acusado de ter, supostamente, dado guarida a fuga de preso, resistido à prisão e desacatado a autoridade policial. À época, ele disse que os fatos relatados não condiziam com a verdade.
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