MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
Uma empresa ligada à família do ex-secretário municipal de Educação, Alex Vieira Passos, tenta recuperar na Justiça um veículo apreendido na Operação Overlap, conduzida pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Civil
É um Fiat Mobi, modelo dos ano 2017/2018.
O pedido de restituição foi feito pela empresa AB3 Autoimóvel Serviço e Comércio Ltda., que tem como sócias as empresárias Iramara Avansini Godoi Vieira Passos e Katiuscia Sumaya Correa Miranda.
O pedido foi feito à juíza Ana Cristina Silva Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá. O despacho foi publicado nesta quinta-feira (29).
Seguindo parecer do Ministério Público Estadual (MPE), a magistrada pediu que a empresa apresente um certificado de registro do veículo que esteja legível, o termo de apreensão do carro, e ainda esclarecimentos sobre uma divergência entre o pedido e um ofício da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) sobre o bem apreendido.
TEIA DE LIGAÇÕES - Alex Vieira passos é investigado por dois contratos. Na primeira fase da Overlap, a polícia suspeita de superfaturamento e pagamentos em duplicidade feitos pela Secretaria Municipal de Educação (SME) na obra da CMEI Joana Mont Serrat Spindola Silva, localizada no bairro CPA III.
O ex-secretário de Emanuel Pinheiro foi afastado do cargo em junho de 2020 e acabou pedindo demissão no dia da primeira fase da operação.
Na segunda fase, a polícia mirou uma “teia de ligações” entre Vieira Passos e o então procurador-geral do Município, Marcus Brito, que foi afastado na deflagração da Overlap II, em 3 de setembro de 2020.
Nesse segundo caso, as investigações apuraram que um contrato de R$ 2 milhões para cursinho do Enem realizado pela Prefeitura teria sido contrato por Vieira Passos na condição de sócio oculto.
A assinatura foi feita por Brito enquanto secretário municipal de Inovação e Comunicação. Os investigadores entendem que a secretaria teria sido utilizada para fazer a contratação “de modo a esconder o vínculo existente e dar ares de regularidade, vinculando a contratação a uma outra pasta da administração”.
Brito e Alex são sócios do escritório de advocacia Zambrim, Brito & Vieira Passos Advogados. A empresa teria sido utilizada nas transações envolvendo a prefeitura e a Ceteps, empresa também da família Vieira Passos e que tinha o contrato para o cursinho do Enem.
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