ANGELA JORDÃO
DA REDAÇÃO
O empresário Alexssandro Neves Botelho, que já foi condenado em um esquema de corrupção ativa e passiva relacionado à empresa SAL Locadora de Veículos Ltda, está se escondendo da Justiça para não ser citado em uma ação em responde por peculato. Diante do "sumiço" do empresário, o juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, determinou que a citação seja realizada por hora certa.
"Considerando as certidões juntadas, bem como a manifestação ministerial que atestam que Alexssandro Neves Botelho se oculta para evitar a citação, determino que sua citação".
Caso o empresário não seja encontrado, o julgamento da ação será a sua revelia. "Ressalte-se que, caso transcorrido o prazo legal sem a apresentação da resposta à acusação, desde já, decreto-lhe à revelia, nos termos do artigo 367 do CPP, e determino a remessa dos autos à Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso para a apresentação da referida peça".
Alessandro Neves Botelho responde a uma série de ações penais. Em outubro de 2024, ele foi condenado por envolvimento em um esquema de corrupção ativa e passiva relacionado à empresa SAL Locadora de Veículos Ltda, entre os anos de 2011 a 2014. No mesmo processo, também foi condenado o édico Rodrigo da Cunha Barbosa, filho do ex-governador Silval Barbosa. Além de Botelho e Barbosa, também foram condenados os réus, Pedro Elias Domingos de Mello, Sílvio Cezar Correa Araújo e Cesar Roberto Zílio.
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A denúncia, recebida em fevereiro de 2023, revela que Alexssandro, proprietário da SAL Locadora, pagava propinas a agentes públicos para garantir pagamentos e aditivos contratuais com o Estado de Mato Grosso. Pedro, que atuou como assessor especial da Casa Civil e depois como secretário de Administração, era responsável por coletar as propinas e repassá-las a Rodrigo, que, embora não ocupasse um cargo público formal, exercia significativa influência no governo do pai. Sílvio também recebeu vantagens indevidas para assegurar pagamentos e aditivos contratuais, enquanto César Zílio foi acusado de receber propina vinculada aos contratos da locadora.
Considerado o principal articulador do esquema, Alexssandro Neves Botelho foi condenado a 9 anos e 26 dias de reclusão, além do pagamento de 45 dias-multa, por garantir que sua empresa recebesse os pagamentos de forma pontual.
Rodrigo da Cunha Barbosa, mesmo sem um cargo oficial, teve um papel crucial no esquema, autorizando Pedro a negociar diretamente com Alexssandro e recebendo cerca de 70% das propinas. Com o atenuante da confissão espontânea, sua pena foi fixada em 2 anos, 6 meses e 7 dias de reclusão, além de 12 dias-multa.
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