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JUSTIÇA Sexta-feira, 05 de Setembro de 2014, 16:25 - A | A

05 de Setembro de 2014, 16h:25 - A | A

JUSTIÇA / AUDIÊNCIA DA “ASSEPSIA”

Advogados se retiram após juíza convocar tuberculoso

Segundo Eduardo Mahon, profissionais temeram risco de contaminação

LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO



Cerca de 15 advogados se retiraram de sala da Vara Contra o Crime Organizado de Cuiabá, local onde ocorre, na tarde desta sexta-feira (05), a quarta audiência da ação penal derivada da Operação Assepsia, que investiga uma suposta negociação de sentença na Justiça Estadual.

O fato, de acordo com o advogado Eduardo Mahon, ocorreu após a juíza Selma Arruda ter convocado para depor um preso com tuberculose – doença cujo contágio ocorre através do ar. O preso em questão é o réu Joelson Alves da Silva, detido no Centro de Ressocialização de Cuiabá.

Segundo Mahon, além dele também se retiraram do local todos os advogados presentes, a exemplo de Lázaro Roberto Moreira Lima, Leonardo Dower e Selma Paes. A exceção foi o advogado que defende o réu com a doença.

“Entrou um rapaz na audiência e a juíza falou que ele estava com tuberculose. Mandou abrir as portas, sair os estagiários e ficarem somente as pessoas absolutamente necessárias. Eu me levantei e saí, juntamente com os demais advogados”, relatou Mahon, que atua em defesa do ex-vereador João Emanuel, um dos réus da ação.

Mahon criticou a exposição à contaminação da qual os advogados ficaram sujeitos, pois poderiam continuar no local, caso quisessem.

“Agora está ela, o advogado do réu, o promotor de Justiça e o escrivão. O Estado deveria dar assistência, primeiramente para o preso não contrair essa doença na penitenciária, e depois, quando vem um transporte de um preso doente, o Estado deveria conceder máscaras aos advogados. A juíza disse que tem a máscara, mas é uma máscara deles, e não é a juíza quem tem que fornecer, é o Estado. Tem um colega aqui com hemofilia, e não pode jamais ter contato com isso”, argumentou.

A juíza Selma Arruda, por meio da assessoria de imprensa da Corregedoria Geral da Justiça, informou que apenas os advogados de defesa de João Emanuel - Mahon, Lima e Paes- se retiraram do local durante o depoimento do réu Joelson Alves, conforme consta na ata da sessão e na gravação em vídeo da audiência. Ela também afirmou que disponibilizou a máscara de proteção aos presentes para não haver risco de contaminação.

Operação Assepsia

As audiências da ação derivada da Operação Assepsia ocorreram nos dias 27 e 29 de agosto e 3 e 5 de setembro, ocasião em que foram ouvidas as testemunhas de acusação e defesa, assim como os réus. A previsão é de que ocorram mais audiências, ainda sem data marcada.

O Gaeco desencadeou a operação no dia 9 de abril de 2013, com a prisão do advogado Almar Busnello, o estagiário de Direito Marcelo Santana e o servidor do TJMT, Clodoaldo Souza Pimentel, que foram soltos posteriormente por força de decisão judicial.

Já no mês de setembro, como desdobramento da operação, João Emanuel, que até o momento era testemunha no processo, foi indiciado pelo Ministério Público, sob a acusação de participar do suposto grupo que pretendia comprar a decisão judicial.

Conforme consta nos autos, o suposto crime teria “consistindo na entrega de numerário para assessor do juiz de direito da Vara Especializada Contra o Crime Organizado, com vistas a redação de minuta de decisão judicial e submissão a autoridade judiciária daquele juízo para assinatura, em favor de réus processados por comporem organização criminosa”.

De acordo com a denúncia do MPE, a suposta negociação para compra de sentença teria ocorrido em julho de 2012, no prédio do fórum da Capital.

João Emanuel seria o responsável por comandar as ações do estudante de direito Marcelo Santana que foi acusado de servir de intermediário para membros da família Pagliuca, presos sob a acusação de tráfico de drogas, oferecendo R$ 1 milhão pela decisão favorável a um assessor do juiz José Arimatéia.

A suposta participação do ex-parlamentar, que quando dos fatos era candidato a uma vaga na Câmara Municipal, segundo nota divulgada na época da “Operação Assepsia”, teria sido comprovada por meio de interceptações telefônicas realizadas pela Polícia Federal.

Leia mais sobre o assunto:

Magistrados irão depor sobre negociação de sentença

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