THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO
Os três acusados de assassinar a adolescente Maiana Mariano Vilela, aos 16 anos, entraram com pedido de desaforamento (mudança de local) do júri popular, que está marcado para acontecer no Fórum de Cuiabá.
O julgamento de Rogério da Silva Amorim, ex-namorado da jovem; Paulo Ferreira Martins e Carlos Alexandre Nunes está marcado para o dia 26 de novembro, após dois adiamentos.
No documento, eles alegam que o fato de o caso ter provocado “grande clamor social perante a sociedade cuiabana” e também por ter sido “veiculado na imprensa de forma
Com base nas razões acima reproduzidas, os requerentes colimaram a suspensão de seu julgamento popular, objetivando, no mérito, o desaforamento do júri para outra comarca
excessiva, com inúmeras matérias jornalísticas tendenciosas a afirmar a culpabilidade dos réus” podem comprometer a imparcialidade do julgamento.
“Com base nas razões acima reproduzidas, os requerentes colimaram a suspensão de seu julgamento popular, objetivando, no mérito, o desaforamento do júri para outra comarca”, diz trecho do pedido.
Os acusados já tiveram dois pedidos de desaforamento negados pela Justiça.
Nas decisões, o desembargador Luiz Ferreira da Silva afirmou que os argumentos usados pela defesa não justificam o pedido.
“Nesse contexto, é imperioso destacar que o delito em alusão nestes autos ocorreu há mais de 3 (três) anos e que a suposta repercussão midiática e o clamor social do caso, isoladamentes, não constituem elementos concretos capaz de justificar a concessão da medida de urgência”, afirmou.
Agora, o novo pedido será analisado pela Turma de Câmaras Criminais Reunidas do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Adiamentos
Inicialmente, o julgamento foi marcado para ocorrer no dia 24 de setembro. No entanto, o advogado de Rogério, Waldir Caldas, alegou que não poderia defender o seu cliente no dia marcado por motivos de saúde. Ele apresentou um atestado médico por 10 dias.
O julgamento então, foi adiado para o dia 5 de outubro, no entanto o mesmo advogado deixou o caso e a Justiça concedeu um prazo para que o empresário conseguisse um novo advogado, remarcando o júri para o dia 26 de novembro.
“Livres"
Os três acusados chegaram a ser presos, na época, mas foram soltos pela Justiça para aguardarem o processo em liberdade.
A ex-mulher de Rogério Amorim, Calizângela de Moraes, também foi presa, mas a Justiça considerou que não há indícios da participação dela no crime e, por isso, ela não irá a julgamento.
O trio foi denunciado pelo Ministério Público do Estado (MPE) pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Conforme denúncia do MPE, a estudante foi morta a mando de Rogério.
O ex-namorado da jovem teria contratado, segundo a acusação, por R$ 5 mil, Paulo Ferreira e Carlos Alexandre para assassinar a menor.
Justiça
Em entrevista recente ao MidiaNews, a mãe da adolescente, Sueli Cícero Mariana, disse que espera que os acusados não saiam impunes do julgamento.
Eu oro todos os dias para que a Justiça seja feita. Nada vai curar essa dor que sinto, mas, com certeza, vai amenizar com a condenação desses assassinos
“Eu oro todos os dias para que a Justiça seja feita. Nada vai curar essa dor que sinto, mas, com certeza, vai amenizar com a condenação desses assassinos”, afirmou.
O caso
Maiana Vilela desapareceu no dia 21 de dezembro de 2011, na região do Coxipó do Ouro, na zona rural de Cuiabá.
Segundo a Polícia, Rogério contratou Paulo Ferreira e Carlos Alexandre para executarem a menor.
Ele teria dado um cheque de R$ 500 para Maiana descontar no Banco Itaú, no bairro CPA 1. A jovem levou parte do dinheiro, R$ 400m para pagar um suposto caseiro, em uma chácara na região do Coxipó do Ouro.
A garota foi até a chácara, onde teria sido executada por Paulo e Marcos. Na sequência, a dupla colocou a menor no banco traseiro de um automóvel Uno, de cor prata, que pertencia a Paulo.
Eles levaram o corpo de Maiana até a empresa de Rogério, no bairro Três Barras, em Cuiabá, para que ele comprovasse a morte da ex-namorada.
Depois disso, o corpo da menina foi enterrado em uma área afastada na estrada da Ponte de Ferro, a cerca de 15 km de Cuiabá.
A ossada de Maiana foi resgatada por policiais no dia 25 de maio de 2012.
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