LETICIA PEREIRA
Da Redação
A Guizardi Junior Construtora Incorporadora, empresa que já foi responsável por diversas obras em Mato Grosso e teve o nome associado a esquemas de corrupção, será investigada pela Controladoria Geral do Estado (CGE) por suspeita de lesar a administração pública. A decisão foi publicada no Diário Oficial nesta terça-feira (3) e os detalhes do caso permanecem em sigilo.
O processo administrativo de responsabilização prevê que, caso sejam comprovadas as irregularidades, a construtora poderá ser penalizada com uma multa de 0,1% a 20% do faturamento bruto do último exercício. Além disso, a empresa pode ter contratos suspensos e ser proibida de participar de licitações e firmar novos contratos com entes públicos.
Os servidores Jonas Ferreira da Silva, Dionizio Alves de Souza e Sandra Cristina Domingues Lima foram designados para apurar os fatos do processo.
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“Instaura-se PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃO [...] com o objetivo de apurar eventuais atos lesivos praticados contra a Administração Pública tipificados no artigo 5º, inciso IV, alínea ‘d’, da Lei Federal nº 12846/2013, e as responsabilidades deles decorrentes, observando-se a aplicação dos princípios constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, na forma em que dispõe o Decreto Estadual nº. 522/2016, atos que, se comprovados,ensejam a aplicação das penalidades descritas no artigo 6º, da Lei Federalnº 12.846/2013”, diz trecho do documento.
A empresa em questão pertence a Miguel Guizardi Junior, pai de um dos delatores do esquema de desvio de dinheiro da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) em 2016, Giovani Belatto Guizardi. Na época, o herdeiro, sócio da Construtora Dínamo, foi apontado como o principal operador das fraudes investigadas pela Operação Rêmora. Inclusive, as empreiteiras de pai e filho funcionam no mesmo endereço, no bairro Parque Ohara, em Cuiabá.
Em 2023, a Guizardi Junior Construtora Incorporadora teve um contrato rescindido com o Governo de Mato Grosso por causa de atrasos significativos na pavimentação de 23 km da rodovia MT-404. O acordo era de R$ 34 milhões.
No mesmo ano, a empresa também foi desclassificada de uma licitação com Governo no valor de R$ 46,8 milhões. A disputa escolheria a construtora que implantaria e pavimentaria 33 km da rodovia MT-246, em Chapada dos Guimarães.
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