DA ASSESSORIA

Ganhou repercussão nacional a denúncia feita pelo deputado federal Coronel Assis (União-MT) sobre o abandono das fronteiras por parte do Governo Federal. Após visitar a fronteira de Mato Grosso com a Bolívia e mostrar a falta de segurança pública na região, o parlamentar foi entrevistado pela Jovem Pan News, ao vivo, no último sábado (1º), mesmo dia em que a Câmara voltou à atividade parlamentar e escolheu a nova mesa diretora.

Na entrevista, o parlamentar reforçou as críticas ao Poder Executivo Federal em razão do abandono à segurança pública e o vazio de medidas para proteção das fronteiras.

"Já estamos entrando no terceiro ano do governo Lula e não temos uma política clara de enfrentamento às organizações e facções criminosas, de policiamento, enfrentamento aos crimes transnacionais, transfronteiriços", destacou o parlamentar em rede nacional.

Assis destacou que esteve na divisa de Mato Grosso com a Bolívia e apontou que são 700 quilômetros de fronteira seca, mais 233 quilômetros de fronteira alagada, que é o Pantanal-Mato-Grossense e Sul-Mato-Grossense. O parlamentar critica as recentes medidas do Poder Executivo Federal, que, mesmo diante de uma realidade desafiadora enfrentada pelo país, pretende criar uma PEC que esvazia as forças de segurança, concentrando poderes no Governo Federal, e as recentes portarias editadas ao final de 2024 e em janeiro de 2025, que buscam combater o uso da força pelas forças policiais.

"Fui policial militar por quase 30 anos, e nos bancos escolares da Polícia Militar, aprendemos sobre o uso progressivo da força. O profissional de segurança pública é capacitado para mensurar esse uso. Uma portaria sobre esse tema é chover no molhado e cria uma cortina de fumaça para tentar encobrir toda a mazela hoje que vive a segurança pública brasileira, principalmente o avanço criminal e o aumento da violência", enfatizou o parlamentar.

O deputado, que assumiu a vice-liderança da oposição na Câmara neste ano legislativo, destacou ainda que as forças de segurança têm feito seu trabalho de forma hercúlea para proteger os cidadãos, enquanto existe no país "um estado de guerra não declarada".

No vídeo que ganhou repercussão nacional, Assis mostrou que a única presença na fronteira entre Bolívia e Mato Grosso é da Receita Federal, com um posto aduaneiro. "A delegacia da Polícia Federal fica há quase 100 quilômetros de distância da fronteira, na cidade de Cáceres", explicou o parlamentar que já morou na região quando atuou como comandante do Grupo Especial de Fronteira (Gefron).

Assis reforçou que os policiais federais trabalham com muito esforço, mas enfrentam dificuldades como baixo efetivo e pouco investimento. "Não dá para fazer frente a toda essa criminalidade que hoje assola o nosso país dentro das nossas fronteiras. E como deputado federal, estou aqui verificando para mostrar para vocês que às vezes as pessoas ficam lá em Brasília, em seus escritórios, encapsulados, encastelados e não conhecem a realidade que o brasileiro vive. Para vocês terem uma ideia, somente a segurança pública do Mato Grosso, através do Gefron e outros órgãos envolvidos, no ano passado, chegaram à marca de mais de 20 toneladas de drogas apreendidas advindas da Bolívia", enfatizou.

O parlamentar lembrou que a atuação das forças de segurança estaduais busca suprir uma atribuição constitucional do Governo Federal. "E ainda assim, temos ideias mirabolantes vindas do Ministério da Justiça e Segurança Pública, tentando limitar a ação desses nobres homens e mulheres que trabalham e labutam na segurança pública. E não é só apreensão de droga não. A presença policial na fronteira é dignidade para o povo brasileiro, porque a ação criminal em muitos casos força as pessoas a colaborar com o crime sob ameaça e da coação. Por isso, estamos mostrando a realidade para cada um de vocês", pontuou no vídeo.

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