Entre os animais silvestres que mais sofrem com a redução das áreas de floresta nativa a onça-pintada (Panthera-onca) é hoje apontada oficialmente como espécie vulnerável no Brasil e por isso tem sido alvo de muitos estudos que monitoram sua população, hábitos e fatores que ameaçam a espécie, como os incêndios florestais.
Nesta quarta-feira (29) é comemorado o Dia Internacional da Onça-Pintada. Considerado o maior felino das Américas, em Mato Grosso, a espécie está presente no Pantanal, na Amazônia e no Cerrado.
Estudos científicos realizados desde a década de 80 demonstraram que a população de onça-pintada na Amazônia estava estimada em 10 mil indivíduos e nas últimas três décadas perdeu 30% da sua população. Em alguns estados do sul do Brasil, a Panthera onca é apontada como espécie criticamente ameaçada.
Para entender o cotidiano das onças-pintadas da Amazônia em uma área totalmente conservada e livre de qualquer ameaça, é preciso saber entre outras coisas os períodos do dia de maior atividade, os locais de maior concentração e como a espécie se comporta em áreas que existe a presença humana. Os estudos estão sendo desenvolvidos pelo projeto “Looking for Jaguar” da Fundação Ecológica Cristalino – FEC nas Reservas Particulares de Patrimônio Natural – RPPNs Cristalino, localizadas no norte de Mato Grosso, sul da Amazônia.
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Ao completar a sexta expedição em 2023, o projeto totalizou 16 registros de indivíduos da espécie Panthera onca (onça-pintada) desde o início do projeto em 2022. No caso da onça-parda (Puma concolor) o projeto tem mais de 70 registros.
Este ano, o coordenador do “Looking for Jaguar”, biólogo Lucas Eduardo Araújo Silva comemorou vários registros feitos por algumas das 16 câmeras fotográficas instaladas nas trilhas das reservas. Uma imagem mostra uma onça-pintada passeando bem próximo das instalações do Cristalino Lodge por volta das duas horas da tarde. A onça-pintada que vive na floresta amazônica costuma ter hábitos noturnos. “Foi de dia!”, comemorou.
Localizadas na Amazônia mato-grossense, município de Alta Floresta, as Reservas Particulares de Patrimônio Natural – RPPNs Cristalino (7 mil hectares), são utilizadas como área de vida das onças em toda a sua extensão. Registramos onças-pintadas em todas as trilhas das reservas, sendo a Base do Limão o local de maior número de ocorrência.
O projeto “looking For Jaguar”, visa estimar o tamanho da população de onças-pintadas (Panthera onca) das RPPNs Cristalino, através do monitoramento de mamíferos por meio de armadilhas fotográficas. As reservas totalizam mais de 7 mil hectares localizadas próximas ao rio Cristalino, afluente do rio Teles Pires, na Amazônia mato-grossense. A região é considerada de prioridade extremamente alta para a conservação.
Looking For Jaguar tem o apoio da Lata Foundation.
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