LÁZARO THOR
Nos primeiros meses de setembro de 2021, os moradores de Chapada dos Guimarães tomaram um susto: a cachoeira Véu de Noiva, símbolo da abundância das águas e das belezas naturais do município, estava praticamente seca.
As imagens rodaram o país e assustaram quem quer que visse. De alguns ângulos, enxergava-se apenas um pequeno filete de água do Rio Coxipozinho, descendo no trajeto da até então portentosa cachoeira.
Poderia ser uma situação pontual. Mas não são o que os ambientalistas e pesquisadores dizem. Não é o que a própria prefeitura do município diz. A depender do avanço urbano em Chapada, com chácaras, condomínios e novas casas sendo construídas, a tendência é que o Rio Coxipozinho e outros rios da região repitam essa cena de seca e escassez.
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Um levantamento feito pela própria prefeitura de Chapada aponta que existem pelo menos 17 nascentes nomeadas em área urbana. Algumas delas totalmente dentro da cidade. Outras nascentes não identificadas também estão entre o limiar entre a cidade e as áreas verdes resisitentes.
A reportagem do Midiajur utilizou dados do "Mapa das principais nascentes da área urbana de Chapada dos Guimarães" que indicam a pequena (ou nenhuma distância) entre as nascentes e as áreas urbanas ou degradadas. O mapa está disponível no site da própria prefeitura, onde é possível medir a distância dos pontos das nascentes com outros pontos do município.
Estão ameaçadas, segundo os dados do mapa, as seguintes nascentes: Quinteira (178 metros até área degradada ou área urbana consolidada), Horto Florestal (142 m), Paixão (70 m), Souza Neves (144 m), Fonte das Abelhas (198 m), Fonte das Moças ou Lebrinha (224 m), Buracão (130 m), Monjolo Abundante (64 m), Monjolo de Represa (117 m), Monjolo Braço Direito (52 m), Monjolo Principal (54 m), da Beira (0 m), Muller (0 m), Garcia Neto (107 m), do Ferraz (53 m) (Olho D'água 69 m), Fenda da Rocha (268 m), Severianhinho (88 m) e Nhonho Brás (41 m).
O projeto Água Para o Futuro, promovido pelo Ministério Público e outras instituições, mapeou um número ainda maior de nascentes dentro do perímetro urbano de Chapada: são 22 "olhos d'água" brotando do solo da cidade.
Um dos principais rios da baixada cuiabana, que abastece a cidade de Cuiabá, nasce em Chapada dos Guimarães, trata-se do rio Coxipó.
A palavra, originária da etnia Bororo, significa "água que reluz". A nascente do Coxipó na área urbana de Chapada foi registrada no Plano de Manejo do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. O fato da nascente ser fora do parque representa, segundo o plano de manejo, ameaça ao rio e ao abastecimento.
O problema das ameaças às nascentes não é restrito a área urbana. Uma pesquisa realizada para subsidiar o plano de manejo em estabelecimentos rurais próximos ao parque indicou que cerca de 50% dos estabelecimentos visitados possuem córrego ou rio e 20% deles possuem nascentes em seu interior. Em 69% dos estabelecimentos visitados as nascentes estão desmatadas, segundo a pesquisa.
"Considerando ser um dado declarado pelos próprios moradores, é preocupante a porcentagem de estabelecimentos com corpos d’água nos quais toda a margem do rio (69% dos estabelecimentos) e das nascentes (68%) está desmatada. Apenas 5% dos estabelecimentos com corpos d’água possuem margens de rios e bordas de nascentes totalmente
preservadas, segundo informações dos moradores", diz trecho da pesquisa.
O levantamento feito pelo Água Para o Futuro aponta que, das 21 nascentes identificadas, apenas três estão totalmente conservadas.
Outras 20 nascentes estão parcialmente conservadas ou parcialmente preservadas. E, além disso, sete nascentes estão parcialmente degradadas ou completamente degradadas, segundo os pesquisadores que trabalharam no projeto.
Os dados sobre o projeto e as nascentes identificadas estão disponíveis no portal, em que é possível analisar também dados de outros municípios de Mato Grosso, com análise das nascentes catalogadas.
Outro lado
A reportagem do Midiajur procurou a prefeitura de Chapada dos Guimarães para saber quais medidas estão sendo tomadas para combater a escassez hídrica e evitar que as nascentes em área urbana do município sejam perdidas. Até o encerramento do prazo, nenhuma resposta foi enviada.
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Gilston 12/04/2023
Corrergo do Barbado que passa por dentro do bairro Dom Bosco aqui proximo ao Shopping Pantal tambem foi invadida por familias para especulação imobilhara e estão sufocando as aguas com merda e agua servida, que vão direto para o Rio Cuiabá que vai para pantaanaal. Esta invasão ja é ddo conhecimento do Ministerio Publico mas nada é feito para a proteção da APP. Pasmem, estas familia ja receberam casaas lá no bairro AlLTO do PAQUE perem venderam lá e voltaram para a APP na certeza da impunidade. Hoje alguns invasores estão matando as arvore com fogo para ampliar o muro e outros estão derrubando para que o sol atigem suas placa solares. COITADINHOS SÃO TODOs POBRE CARENTE DE MORADIAS. kkkkkk tem até invasores com piscinas e energia solar. Brasil da impunidade
Rosiana zozima santa Rita 03/04/2023
IMPORTANTE A MATÉRIA E CHAMAR ATENÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS NESTE SEBTIDO.CASAS POPULARES LOTES POPULARES AOS MORADORES POR SAÚDE POR GOSTAR VIERAM MORAR EM CHAPADA ALUGA CASAS. NÃO HÁ,MAS CONDOMÍNIO E LOTES CARISSIMO DIARIAMENTE CRESCENDO AO REDOR CHEGADA ENTRADA D.AGUA FRIA LOGO ALDEIA INDÍGENA ESTARÁ CASAS E CONDOMÍNIO AO REDOR DELES. A PREFEITURA O IBAMA ACEITA CONCORDA DA AUTORIZAÇÃO ALI NÃO É NASCENTE ALI NÃO É NATUREZA VIVA.DESMATAMENTO A CÉU ABERTO.
Irene Messias da Silva 02/04/2023
É preciso conscientizar a importância de preservar as nascentes desses riachos.. Multa pesada a aqueles que não cumprirem. A natureza não espera, o que se perde, não tem volta. SOS Chapada dos Guimarães.
3 comentários