DA REDAÇÃO
A terceira edição da série MT Clima e Mercado realizado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) chegou ao fim. A equipe passou pela região Oeste, visitando nove cidades e mostrando a realidade das lavouras da região.
O produtor de Diamantino, Edmilson Franciscato Beia, mencionou a redução de 20 a 25% no plantio de milho devido ao atraso no plantio da soja. “Por ter atrasado o plantio, nós vamos diminuir entre 20 e 25% o plantio do milho, porque plantar fora da janela para tirar média não adianta”, disse.
Em Campo Novo do Parecis, a preocupação com a colheita foi relatada pelo produtor Lucca Giacomet. “A colheita sempre é um gargalo, as lavouras plantadas em 20 dias têm que colher em 20 dias, então se der 10 dias de chuva nesse meio, o cara está enrolado”, detacou Lucca.
O alto custo de produção tem sido uma preocupação em Sapezal, como explicou o produtor Diego José Dal'Maso. “Nós tivemos uma escalada no preço dos insumos muito alta, desde o período da pandemia, pré-pandemia e pós-pandemia, vieram as guerras da Ucrânia, Rússia, e se intensificou, principalmente o custo dos fertilizantes”, afirmou ele.
Outra cidade em que a série percorreu na última semana foi Campos de Júlio. E por lá, o gargalo da colheita também foi mencionado pelo delegado Ivo Frohlich Junior, que apontou a falta de capacidade de armazenagem. “Tudo vai se concentrar no mês de fevereiro praticamente, toda nossa região, isso vai ter um impacto na colheita, porque não vamos ter armazenagem suficiente, e nem escoamento para esse grão”, disse Ivo.
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Em Comodoro, a falta de chuvas gerou problemas com o aparecimento de nematoides, como explicou o produtor Gilmar Rossatti. “Tivemos problema com aparecimento de nematoide, então a gente espera uma boa colheita, mas acredito eu que com uma redução de média da safra passada, para essa de agora 24/25”, citou o produtor em tom de preocupação.
No Vale do Guaporé, o produtor Leonardo Marasca, de Conquista D’Oeste, destacou a preocupação com o escoamento da produção, que será concentrada em um período muito curto. “Toda essa soja vai ter que sair nesse período, então há uma possibilidade de um gargalo de frete”, disse.
Em Pontes e Lacerda, o produtor Tiago Bortolini apontou a falta de maquinário como um desafio adicional. “Algumas máquinas estão com bastante manutenção para fazer, tem um rendimento menor, acabam parando mais, então precisamos de mais máquinas”, ressaltou Bortolini.
E em Vila Bela da Santíssima Trindade, a falta de chuvas levou os produtores a adotar práticas de manejo para proteger o solo. Tassio Fornarolli comentou que, com o uso de palhada, a umidade do solo foi mantida, minimizando os efeitos da seca. “Essa palhada está ajudando muito a segurar a umidade no solo, então períodos de 12 a 15 dias sem chuva não afetaram tanto o desenvolvimento da safra”, citou.
A série MT Clima e Mercado percorreu mais de oito mil quilômetros e registrou os desafios enfrentados pelos produtores em Mato Grosso. Para o delegado coordenador do núcleo de Diamantino, Rogério Cocco Rubin, a iniciativa foi importante para conectar os produtores e compreender os desafios do estado como um todo. “É uma série muito interessante e tem que continuar”, finalizou.
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