MARINA CINTRA
Da Redação
"Caso não haja um plano de manejo integrado para evitar os incêndios, o Pantanal pode começar o processo de savanização". O alerta é do biológo e diretor de comunicação do Instituto SOS Pantanal, Gustavo Figueiroa. A organização dirigida por Gustavo tem atuado no bioma para combater o fogo, que destruiu mais de 1 milhão de hectares em 2023.
“O clima já está mudando e ficando cada vez mais seco e quente, além disso, os efeitos climáticos estão cada vez mais intensos e frequentes. Caso não haja um plano de manejo integrado para evitar os incêndios, o Pantanal pode começar o processo de savanização que é quando ocorre a degradação da vegetação e perda de espécies animais”, alertou em entrevista ao Midiajur.
Isso porque, atualmente, os focos de incêndio no bioma são proporcionalmente maiores do que em 2022. Além disso, segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), cerca de um milhão de hectares foram destruídos de janeiro até agora em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
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Para evitar que esse número aumente e o fogo se alastre, os agentes trabalham no combate ao incêndio, mesmo durante a noite. Os governos dos estados mais afetados decretaram situação de emergência e adotaram medidas que viabilizem a participação do governo federal em áreas estaduais, além da transferência de recursos para as ações de combate aos incêndios florestais e municípios atingidos pelo desastre.
“Estamos cobrando um plano de manejo integrado do fogo para as unidades de conservação e propriedades rurais pelo Pantanal. Mas, infelizmente, não tem muita coisa sendo feita”, lamentou Gustavo Figueiroa ao lembrar que os efeitos para a fauna e flora são devastadores, uma vez que o bioma ainda está se recuperando dos danos causados em 2020 e 2021, quando grandes incêndios passaram pela região.
O biólogo destacou ainda que o projeto de restauração das áreas degradadas é primordial para agir de forma ativa na restauração nas zonas que foram impactadas para que, nos anos seguintes, não haja uma nova devastação. “Precisamos de uma política pública. Não podemos reagir somente na hora de apagar o fogo, pois conforme o fogo vai passando, vai destruindo a região que estava começando a se recuperar”, finalizou.
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