CECÍLIA NOBRE
Da Redação
Atualizada às 11h15 - O juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, João Filho de Almeida Portela, condenou o ex-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá e atual pré-candidato a vereador, João Emanuel Moreira Lima (Solidariedade) e seu irmão, o advogado Lázaro Roberto Moreira Lima, pelos golpes aplicados, por meio da empresa Soy Group, que ultrapassam o valor de R$ 50 milhões. Os crimes foram praticados no ano de 2016, quando foi deflagrada a operação Castelo de Areia.
Além dos irmãos, o empresário Marcelo de Melo Costa e o contador Evandro José Goulart também foram condenados pelos crimes de organização criminosa e estelionato. Os delitos ao qual os quatro respondem foram praticados contra seis vítimas.
João Emanuel e Lázaro foram condenado a 8 anos e 6 meses, em regime fechado, e ao pagamento de 90 dias-multa cada. Já Marcelo, foi condenado a 7 anos e 6 meses e o pagamento de 65 dias-multa. Evandro foi condenado a 11 anos e 2 meses, em regime fechado, e ao pagamento de 130 dias-multa.
O juiz Irênio Lima Fernandes, pai de João Emanuel e Lázaro, que também foi investigado na operação, teve a punição pelos crimes extinta, devido a prescrição dos prazos, pelo fato do juiz possui mais de 70 anos.
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De acordo com as investigações, em um dos golpes, a vítima afirmou aos policiais que João Emanuel, enquanto vice-presidente da empresa Soy Group, teria utilizado um “falso chinês” convencê-la a fazer um suposto investimento com parceria com a China, fazendo com que o investidor emitisse 40 folhas de cheque, que juntas somam o valor de R$ 50 milhões. “João Emanuel teria até traduzido o idioma da China, fazendo uma verdadeira farsa”, disse à época, o delegado de Polícia Civil Luiz Henrique Damasceno.
Operação castelo de areia
A operação Castelo de Areia, foi deflagrada no dia 26 de agosto de 2016, levando à prisão de cinco membros da organização criminosa que lucrou mais de R$ 50 milhões, por meio de crimes de estelionatos operados pela empresa Soy Group, com sedes em Cuiabá e Várzea Grande. O ex-presidente da Câmara e outros foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE).
As investigações da Polícia Civil iniciaram após o recebimento de denúncias na Delegacia Regional de Cuiabá e na Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
O número de vítimas da organização criminosa ultrapassa de 20 pessoas, que residem nos estados de Mato Grosso, Ceará e Bahia.
Algumas vítimas chegaram a viajar ao Chile, com tudo montado pelos estelionatários para transparecer segurança de um empréstimo seguro naquele país. Para conseguir tal captação o grupo exigia a antecipação do dinheiro como garantia do empréstimo. Nesse caso, uma vítima sofreu um prejuízo de mais de 300 mil reais.
Nota do editor: a matéria foi atualizada com a pena dos condenados, após confirmação com a assessoria da Corregedoria-Geral da Justiça.
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