ALLAN PEREIRA E LÁZARO THOR
Da Redação
O investigador Luismar Castrillon Ramos, preso por suposta prática de agiotagem, fez ameaças de morte a uma proprietária de uma restaurante e marmitaria em Cáceres, que contraiu empréstimo de R$ 150 mil com o policial. Ele estaria cobrando, com juros, R$ 2,1 milhões da empresária. Em um áudio enviada para a filha da vítima, o policial civil disse que ela iria ver a mãe “morta e estendida” no chão, caso não pagasse a dívida.
Luismar foi alvo da Operação Loan Shark (que significa agiota, em inglês), deflagrada pela Corregedoria da Polícia Civil, nesta quinta-feira (18). Ele é investigado por suposta prática de usura, lesão corporal, exercício arbitrário da profissão e ameaça, inclusive de morte.
Conforme o inquérito da Corregedoria da Polícia Civil, ao qual o MidiaJur teve acesso, a proprietária do restaurante pegou um empréstimo sem realização de contrato no valor de R$ 150 mil com Luismar. Para quitar a dívida com o investigador, a empresária deveria pagar R$ 200 mil. O valor final já estaria incluso os juros de mercado.
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Contudo, segundo o inquérito da Corregedoria, Luismar teria ajustado com o seu filho para cobrar da empresária um valor de R$ 2,1 milhões pela dívida.
Ainda segundo a Corregedoria, pai e filho teriam praticado suposto crime de usura real "consistente em cobrar juros" de cerca de 1000% sobre a dívida em dinheiro superior à taxa permitida por lei.
O inquérito detalha que, a partir do final de julho de 2022, Luismar passou a fazer cobranças da dívida junto a empresária e sua filha para que pagassem o valor milionário. As cobranças eram feitas com ameaças, inclusive de morte. Um dos áudios anexado ao inquérito pela filha da vítima, que recebeu um áudio pelo WhatsApp, diz que a empresária era "Vagabunda que pegou meu dinheiro".
Um boletim de ocorrência foi registrado no dia 11 de agosto, na Polícia Civil de Cáceres, que levou a abertura do inquérito na Corregedoria.
Investigador foi preso em flagrante - Na última segunda (15), Luismar foi preso em flagrante depois de procurar a empresária em seu estabelecimento e em sua casa para fazer novamente as cobranças.
Uma funcionária do restaurante contou que Luismar foi ao estabelecimento por volta das 8h e lhe perguntou da patroa, que não estava no estabelecimento.
Luismar notou um rapaz descendo de um carro estacionado em frente ao restaurante e perguntou se era uma segurança à trabalhadora, que respondeu era um motorista de aplicativo que havia trazido as compras.
Logo após, Luismar dise muito irritado que "não é bem assim esta história que ela está contando para vocês" e que "ela vai me pagar". Saiu do restaurante. A funcionária logo mandou um áudio via WhatsApp para patroa e repassou o ocorrido no estabelecimento.
A proprietária do estabelecimento respondeu o áudio e ordenou que não deixasse ele entrar. Em seguida, informou à funcionária que Luismar já estaria na porta de sua casa, fazendo ameaças. A trabalhadora desconhecia o motivo do atrito.
Após as ameaças, a filha da empresária acionou a Polícia Civil de Cáceres. Os policiais civis interceptaram Luismar estava passando de carro modelo Corolla em frente da casa da vítima. Ele recebeu voz de prisão.
Na audiência de custódia, o juiz José Eduardo Mariano, da 3º Vara Criminal, converteu a prisão em flagrante para preventiva pela gravidade do delito, por Luismar ser um policial, ter uma arma e proferir supostas ameaças de morte contra a vítima.
Operação Loan Shark - Além da prisão, o investigador foi alvo da Operação Loan Shark, que buscou cumprir mandados de busca e apreensão domiciliar, medidas cautelares diversas de prisão e arresto de bens.
São cumpridos dois mandados de busca e apreensão, três medidas cautelares diversas da prisão e arresto de veículos e dinheiro.
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