CECÍLIA NOBRE
Da Redação
Romeu Jordão Sarate de Andrade, condenado a 14 anos e 5 meses de reclusão pelos crimes de roubo majorado, extorsão e associação criminosa, cometidos no ano de 2017, foi demitido pelo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Corrêa Mendes. A decisão foi publicada nesta sexta-feira (21), no Diário Oficial do Estado.
De acordo com a portaria, a decisão foi tomada após considerar a solução do Conselho Disciplinar ao qual Romeu foi submetido constatando que o agora ex-PM praticou conduta irregular, atos que afetam a honra pessoal, o pudor policial-militar ou o decoro da classe, bem como por ter infringido valores éticos, morais, deveres e obrigações previstos no Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso (RDPMMT).
Diante disso e com base nos elementos probatórios existentes, foi determinada a demissão de Romeu a contar a partir de 14 de junho deste ano. Foi estabelecido também que o comandante imediato deve realizar o recolhimento da identificação funcional, do fardamento e demais apetrechos que pertençam a Fazenda Pública Estadual e que estejam em posse de Romeu.
“Determinar ainda que verifique se este possui armamento de usorestrito, incitando-o a devolver, devendo encaminhá-lo à SALP, para finsde cancelamento do porte de arma de fogo nos termos do Art. 53, §1º,§3º, §4º e § 5º do Decreto nº 11.615, de 21 de julho de 2023 c/c a DiretrizConjunta n. º 01, que foi aprovada pelo Decreto Estadual n. º 1172 de 18de novembro de 2021, tendo 05 (cinco) dias, a partir da publicação desteato em Diário Oficial para a remessa ou que preste informação de qualquerimpossibilidade”, diz trecho do decreto.
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Prisão
O ex-PM foi preso no dia 25 de abril deste ano, em Cuiabá, suspeito de desenterrar drogas e armas a mando de um membro do Comando Vermelho que está detido na Penitenciária Central do Estado. Romeu é proprietário de uma loja de suplementos na capital, a "Sarate Suplementos".
Os crimes sob os quais Romeu cumpre pena foram cometidos em janeiro de 2017. Na ocasião, o ex-PM estava na companhia de um policial civil, Marcos da Conceição Amorim, que foi demitido da corporação em 2021, e um terceiro envolvido, Matheus Hund Martins.
O trio foi preso em flagrante após extorquir R$ 1,5 mil de uma pessoa durante a noite no bairro Costa Verde, em Várzea Grande. A denúncia foi feita por uma moradora que, ao encontrar uma viatura da PM, contou que o trio chegou em um veículo modelo Fiat Siena vermelho na casa de sua tia e não permitiu que outras pessoas entrassem na residência.
O motivo da extorsão não foi revelado no processo, mas os autos mostram que os condenados ameaçaram a vítima com armas de fogo alegando serem policiais civis e ordenando que fossem entregues "dinheiros, armas e ouro".
"Os denunciados adentraram à residência das vítimas e, de arma em punho, simulando ser uma abordagem policial, passaram a exigir 'dinheiros, armas e ouro'. Os denunciados, por diversas vezes, ameaçaram as vítimas de morte, enquanto vasculharam todo o imóvel em busca dos bens exigidos. Durante a ação delituosa, a vítima realizou contato com familiares que, por sua vez, acionaram a Polícia Militar", revela trecho do processo.
Enquanto Romeu ficou sob custódia no 10º Batalhão da Polícia Militar, onde é lotado, Marcos foi conduzido ao Centro de Custódia da Capital e Matheus, para um presídio comum.
A defesa de Romeu entrou com um pedido de Habeas Corpus no Superior Tribunal de Justiça após ter recursos negados no Tribunal de Justiça de Mato Grosso por meio da vice-presidente do tribunal, Maria Aparecida Ribeiro. Assim como no TJMT, o STJ, através do ministro Felix Fischer, relator do processo, também indeferiu o recurso.
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Nando 22/06/2024
Engraçado o PC foi exonerado primeiro pois tinha já vários PADs em andamento e foi excluído das fileiras da PC.... Já o PM ainda continuou na PM e ainda continuou cometendo atos ilícitos. Essa justiça é falha mesmo.
1 comentários