CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça, classificou como “sórdido” e “inescrupuloso” o esquema desbaratado na Operação Esdras, da Polícia Civil e que levou à prisão oito pessoas, incluindo secretários de Estado.
As investigações apontaram uma trama com o objetivo de conseguir o afastamento de Perri das investigações relativas ao esquema de grampos ilegais operado em Mato Grosso.
“A Polícia Judiciária Civil, a partir dos depoimentos prestados pelo Policial Militar Ten.-Cel. PM José Henrique Costa Soares, em 16, 18 e 22/9/2017, descortinou um sórdido e inescrupuloso plano”, afirmou o desembargador.
A Polícia Judiciária Civil, a partir dos depoimentos prestados pelo Policial Militar Ten.-Cel. PM José Henrique Costa Soares, em 16, 18 e 22/9/2017, descortinou um sórdido e inescrupuloso plano
A afirmação está contida na decisão que decretou uma nova prisão do cabo Gerson Corrêa Júnior, réu da ação penal que apura o esquema de interceptações telefônicas clandestinas.
A segunda prisão foi motivada pelas suspeitas de que o cabo teria sido o responsável por ocultar o equipamento que fazia a "arapongagem".
Ainda na decisão, Perri acusou os envolvidos no esquema de uma tentativa de “macular” sua imagem.
“O intuito não era apenas interferir nas investigações policiais, mas, principalmente, macular minha reputação em todos os inquéritos instaurados para se investigar os crimes de interceptação telefônica, com o nítido propósito de me afastar da condução dos respectivos feitos, cujos fatos desencadearam a Operação Esdras”, afirmou o magistrado.
Operação
A operação Esdras desbaratou o grupo acusado de montar uma estratégia para atrapalhar as investigações relacionadas aos grampos ilegais e obter a suspeição de Perri.
Foram presos os então secretários de Segurança Pública, Rogers Jarbas, e de Justiça e Direitos Humanos, Airton Siqueira - já exonerados -, os ex-secretários Paulo Taques (Casa Civil) e Evandro Lesco (Casa Militar).
Tiveram a prisão decretada ainda a personal trainer Helen Christy Carvalho Dias Lesco, esposa de Lesco; o major Michel Ferronato; o sargento João Ricardo Soler e o empresário José Marilson da Silva.
Este último já obteve liberdade, em razão de estar colaborando com as investigações.
Leia mais sobre o assunto:
Delegada confirma que Lesco confessou trama para afastar Perri
Defesa: coronel Lesco e esposa "assumiram responsabilidades"
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.