DOUGLAS TRIELLI
DA REDAÇÃO
Preso de forma preventiva pelo desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, o ex-secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, classificou como "arbitrária" e "desnecessária" a decisão judicial.
Em nota enviada à imprensa na tarde desta sexta-feira (04), Taques negou que tenha cometido crime de escuta ilegal, tampouco ordenado que cometessem tal prática.
Disse, ainda, ver como estranheza as justificativas de Perri para mandar prendê-lo e chamou de “ilações” as justificativas.
“[Taques] recebe com absoluta estranheza o pedido de prisão, tanto pelo rol de justificativas suscitadas pelo desembargador Orlando de Almeida Perri quanto pelo caráter preventivo da prisão, absurdamente desnecessário sob o prisma legal”, diz trecho da nota.
Paulo Taques, absoluta e diferentemente de ilações levantadas no texto da representação pela decretação de prisão, não obstruiu investigações
Ele também negou que tenha tentado obstruir as investigações, como Perri apontou na decisão.
“Paulo Taques, absoluta e diferentemente de ilações levantadas no texto da representação pela decretação de prisão, não obstruiu investigações ou agiu no sentido de estimular a ocultação ou destruição de provas inquisitoriais, mantendo-se fiel à sua conduta moral como cidadão e advogado”, afirma.
Preso
A prisão preventiva decretada contra Paulo Taques foi motivada pela acusação de que ele teria mandado "grampear" sua ex-amante, a publicitária Tatiana Sangalli, e sua ex-assessora Carolina Mariane.
Outro argumento foi o risco dele destruir provas e documentos importantes para a investigação, uma vez que ainda teria forte influência no Governo.
O decreto prisional foi cumprido na tarde desta sexta-feira (4), por ordem do desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. A prisão foi assinada na quinta-feira (3). O ex-secretário ficará detido no Centro de Custódia da Capital (CCC).
Paulo Taques é suspeito de ter integrado esquema que operou escutas clandestinas ilegais no Estado, juntamente com um grupo de policiais militares.
Os "grampos" ocorriam por meio da tática "barriga de aluguel", quando números de pessoas não investigadas são inseridos indevidamente em um pedido de quebra de sigilo telefônico.
Veja a íntegra da nota:
"O advogado Paulo César Zamar Taques, em face de sua arbitrária prisão, vem a público posicionar que:
* o advogado Paulo Taques não cometeu crime de escuta ilegal tampouco ordenou que cometessem tal prática ilegal;
* recebe com absoluta estranheza o pedido de prisão, tanto pelo rol de justificativas suscitadas pelo desembargador Orlando de Almeida Perri quanto pelo caráter preventivo da prisão, absurdamente desnecessário sob o prisma legal;
* Paulo Taques, absoluta e diferentemente de ilações levantadas no texto da representação pela decretação de prisão, não obstruiu investigações ou agiu no sentido de estimular a ocultação ou destruição de provas inquisitoriais, mantendo-se fiel à sua conduta moral como cidadão e advogado;
* dotado da prerrogativa do exercício profissional, como advogado regularmente inscrito sob o número 4.659 / OAB-MT, Paulo Taques retomou sua atuação ato contínuo à saída do cargo de secretário-chefe da Casa Civil de Mato Grosso;
* Paulo Taques segue à disposição do Judiciário e das autoridades policias mato-grossenses, como sempre o fez, para quaisquer esclarecimentos que tragam à luz, com clareza solar, a verdade."
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