GILSON NASSER
DA REDAÇÃO
O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, revogou nesta sexta-feira (24) as prisões preventivas do ex-jogador de futebol João Lennon Arruda de Souza e do ex-servidor da Câmara de Cuiabá, Elzyio Jardel Xavir Pires. Eles estavam detidos desde junho deste ano no âmbito da Operação Ragnatella, da Polícia Federal.
Na mesma decisão, tiveram as prisões mantidas Joadir Alves Gonçalves, conhecido como "Jogador", Joanilson de Lima Oliveira, e Willian Aparecido da Costa Pereira, o "Gordão".
O grupo é acusado de "lavar" dinheiro do Comando Vermelho com a aquisição de casas noturnas e realização de shows nacionais. O esquema teria cooptado servidores públicos municipais e até o ex-vereador Paulo Henrique de Figueiredo (MDB), que chegou a ser preso na segunda fase da operação.
A decisão pela liberdade de ambos ocorreu após a realização da audiência de instrução. Após os réus prestarem depoimentos, as defesas pediram a revogação das prisões preventivas.
No caso de João Lennon, segundo o magistrado, os indícios são de que ele tem uma participação de menor expressão na organização criminosa. "Vislumbra-se,mais detalhadamente, que os valores, em tese, movimentados por João Lennon não se mostram tão expressivos, assim como sua participação se revela, igualmente, de menor
relevância", diz trecho da decisão.
Já Elzyo Xavier encontra-se na mesma situação processual do também ex-servidor da Câmara de Cuiabá e promotor de eventos, Rodrigo Leal, que já havia sido beneficiado com habeas corpus.
"Dessa forma, sopesando a participação dos denunciados que se mostram menos gravosas, aliada ao fato de que os depoimentos colhidos não indicaram novos elementos que agravem a conduta destes, revela-se suficiente e adequado ao caso, nesta fase processual, a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão", diz a decisão.
Ao soltá-los, o magistrado determinou que eles cumpram medidas cautelares, como comparecimento aos autos do processo, atualização regular de endereço, proibição de contato com outros réus, entre outras. Elzyo Jardel será monitorado por tornozeleira eletrônica.
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Já "Jogador", "Gordão" e Joanilson de Lima Oliveira são apontados como líderes do esquema que "ocultaram ou dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores
provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal".
O magistrado destacou que, caso fossem soltos, poderiam voltar a cometer crimes e fortalecer a atuação da facção. "Ainda, como já consignado nos autos, é pacífico o entendimento de que a
necessidade de interromper a autuação dos integrantes de organizações criminosas justifica a decretação da prisão preventiva", colocou.
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