KARINA CABRAL
DA REDAÇÃO
A Justiça acatou o pedido do promotor de Infância e Juventude de Cuiabá José Antônio Borges e retirou dois bebês gêmeos da casa da avó, a doméstica Rosalina Pereira do Prado, de 56 anos.
A assessoria do Ministério Público Estadual disse que a medida é preventiva e foi tomada porque a avó não tem condições de criá-los.
A filha de Rosalina, mãe das crianças, é usuária de drogas desde os 12 anos, mas deverá começar um tratamento em breve.
“Com 12 anos, as pessoas me chamavam na escola e falavam que ela estava envolvida com drogas. Eu tirava da escola, colocava em outra. Mas ela veio desenvolver, mesmo, no meio das drogas com 18 anos. Agora a madrinha dela já arrumou uma clínica. E ela vai se tratar”, disse Rosalina.
Por causa do uso contínuo de drogas, a jovem, de 24 anos, desenvolveu esquizofrenia. Ela tem quatro filhos – um menino de três anos, uma menina de dois e agora os gêmeos de dois meses – e todos são cuidados pela avó.
As crianças foram retiradas da avó nesta quarta-feira (26). O Conselho Tutelar as encaminhou à Promotoria, que fez o pedido à juíza Gleide Bispo Santos, da 1ª Vara da Infância e Juventude de Cuiabá.
Com o pedido acatado, as crianças foram encaminhadas para um lar provisório. Porém, o casal de netos de 3 e 4 anos continua com a avó.
“Falaram que eu sou incapaz de cuidar das crianças. Como eu cuido dos outros, eu quero cuidar deles. Eu estava cuidando”, disse Rosalina ao MidiaNews.
Ela afirmou que quando os gêmeos nasceram, o Conselho Tutelar a mandou levá-los para casa junto à mãe, porém ela ficou 30 dias e voltou para as drogas.
Com o comportamento arredio, a filha passou a agredir a mãe e os filhos e, por isso, dona Rosalina pediu que a polícia a retirasse de casa.
A avó trabalhava como doméstica, mas precisou deixar o serviço para cuidar do marido, que faleceu de câncer há pouco tempo. Desde então a renda da família é R$ 300, vindos do Bolsa Família.
Os vizinhos também a auxiliam, inclusive fazendo campanhas de arrecadação. Mas, apesar da condição financeira baixa, Rosalina disse que irá lutar pela guarda dos netos.
“Eu vou lutar por eles. Tem um advogado que já vai entrar com ação. Eu quero meus netos de volta. Tenho casa própria. Por que sou incapaz? Eu não sou aleijada, não tenho problema com drogas, não tenho problemas com bebidas”, disse a avó.
A Promotoria
A assessoria do Ministério Público Estadual (MPE) informou que as crianças foram levas à Promotoria pelo Conselho Tutelar por causa da falta de condições financeiras da avó.
A Promotoria entrou com uma medida judicial para que as crianças fossem acolhidas preventivamente e as crianças foram encaminhadas para uma casa-lar.
Segundo o MPE, a avó teria muito lixo acumulado na casa, levando risco à saúde das crianças.
Além disso, o MPE afirmou que um dos bebês tem intolerância à lactose e precisava tomar o leite correto. E outro estava com o peito chiando, além de ambos estarem com várias picadas de mosquito.
A assessoria disse ainda que a avó não tem a guarda legal das crianças, mas poderá pleiteá-la na Justiça. Os bebês foram recolhidos preventivamente, não definitivamente, visando a segurança e a integridade física. O casos será decidido pela Justiça.
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