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JUSTIÇA Domingo, 09 de Junho de 2024, 12:00 - A | A

09 de Junho de 2024, 12h:00 - A | A

JUSTIÇA / OPERAÇÃO RAGNATELA

Empresário recebeu auxílio emergencial pouco antes de comprar bar por R$ 800 mil

CECÍLIA NOBRE
Da Redação



De acordo com o inquérito policial referente a Operação Ragnatela, deflagrada na quarta-feira (5) pela Polícia Federal, Willian Aparecido da Costa Pereira, vulgo “Gordão”, solicitou e recebeu auxílio emergencial do Governo Federal, no valor de R$ 600, por cinco meses, no ano de 2020. Quase um ano depois, o empresário comprou o Dallas Bar por R$ 800 mil. 

De acordo com o documento, durante a análise do sigilo bancário de Willian, não foram identificadas a origem dos valores presentes na conta, o que, para a polícia é um forte indício de o dinheiro era oriundo do lucro obtido com o tráfico de drogas pela facção criminosa Comando Vermelho (CV), por meio de uma das lideranças do grupo, Joadir Alves Gonçalves, vulgo “Jogador”. 

Na análise bancária constatou-se também sobre que William recebeu o auxílio emergencial do governo de abril a agosto de 2020, totalizando o montante de R$ 3 mil. O auxílio era uma ação do governo federal diante das dificuldades que alguns brasileiros enfrentaram duante a pandemia do Covid-19 

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Um ano depois, em agosto de 2021, “Gordão” teria se tornado o dono do estabelecimento Dallas Bar, em Cuiabá, cujo proprietário era Clawilson Almeida Lacava, vulgo “Gauchinho”, pelo valor de R$ 800 mil, que foram pagos em duas parcelas de R$ 200 mil e R$ 600 mil, depositados pelo próprio Clawilson sendo uma parte em sua conta corrente e a outra na conta de sua empresa, a Dum Comércio de Alimentos LTDA. “Destaca-se que esse valor foi pago em espécie, não deixando dúvidas quanto à origem ilícita de tais valores”, diz trecho do inquérito.

De acordo com as investigações, quatro meses após a aquisição do bar, Willian concedeu “poderes” para que o promotor de eventos, também investigado, Rodrigo de Souza Leal, representasse o Dallas Bar perante bancos e instituições financeiras, além de administrar eventos contratando artistas e prestadores de serviço, assim como organizando as despesas e dividindo os lucros.

Rodrigo também é assessor parlamentar do vereador Paulo Henrique (MDB), alvo de mandado de busca e apreensão durante a operação.

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