MIKHAIL FAVALESSA E LÁZARO THOR
Da Redação
Reprodução
Mensagens no celular mostram o não arrependimento
Em uma mensagem enviada ao grupo de Whatsapp "Amigos da Zoeira", a empresária Jorgeleia Schmoeler, presa pela Polícia Federal na 10ª da Operação Lesa Pátria na terça-feira (18), afirma que não encontrou "ninguém até hoje que se arrependeu" da participação nos atos antidemocráticos. A PF apreendeu o aparelho na casa dela, em Juara.
"Bom diaaa... eu não encontrei ninguém até hoje que se arrependeu...foi momentos únicos, emocionantes, só quem viveu pra entender o que falamos", afirmou Jorgileia em troca de mensagens no grupos.
Na terça, a PF, além de prender, cumpriu mandado de busca e apreensão contra Jorgeleia, conhecida apenas como "Leia". Uma amiga dela, Jacqueline Aparecida de Oliveira, que estava em Brasília no dia 8 de janeiro, também foi presa e alvo de buscas da PF.
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Leia é empresária, com uma microempresa de semi-jóias na cidade. Jacqueline trabalha na JP Auto Center, uma empresa da família dela. As duas foram encaminhadas para a Cadeia Feminina de Colíder.
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) promoveram quebra-quebra nas sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro deste ano. Segundo as investigações, os bolsonaristas queriam uma intervenção militar contra o governo do então recém-empossado presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A PF vem deflagrando diversas fases da Operação Lesa Pátria por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por inquéritos que investigam participantes diretos no quebra-quebra, pessoas que incitaram os atos antidemocráticos e ainda os financiadores.
Apreensões da PF
O celular de Leia e um notebook de Jacqueline foram apreendidos e a PF fez uma análise preliminar das informações encontradas. No celular de Leia, a PF informou que encontrou uma pasta "Brasília" na galeria de fotos e vídeos, com material das manifestações.
No WhatsApp, a empresária estava em um grupo "Amigos da Zoeira", que segundo a PF "aparentemente, é utilizado para tratar de assuntos relacionados às manifestações". Os policiais ressaltam que Leia "foi excluída do grupo na data de hoje", terça-feira, dia da prisão.
"Há ainda, conversas em outros grupos ou com outros contatos nas quais assuntos relacionados às manifestações são direta ou indiretamente tratados", diz a análise preliminar.
A PF anexou fotos do celular, incluindo uma conversa no grupo "Amigos da Zueira". Uma pessoa afirma que "acho que poucos dos que estiveram lá não faria (sic) tudo novamente".
Em seguida, Leia responde: "Bommm diaaa...eu não encontrei ninguém até hoje que se arrependeu...foi (sic) momentos únicos,emocionantes,só quem viveu pra entender o que falamos".
Ela ainda comenta uma foto, possivelmente do 8 de janeiro, e afirma que um dos homens na imagem "está com a esposa grávida de gêmeos... 7 meses agora".
Os policiais também apreenderam um notebook de Jacqueline, onde estavam imagens que a PF avalia "que possam relacionar tanto ela quanto outras pessoas aos fatos ora investigados".
"As imagens aparentam ter sido captadas em mais de um evento com aglomeração de pessoas e em lugares distintos", pontua a PF.
Reprodução
O computador de Jacqueline, com imagens das manifestações bolsonaristas, também foi apreendido pela PF
Depoimentos
Depoimentos de prestados pelas duas após a prisão mostram a versão delas para suas participações nos atos de 8 de janeiro. À PF, Leia afirmou que passou pelo Quartel-General do Exército em 7 de janeiro, um sábado. As duas viajaram a Brasília em um carro de Jacqueline e ficaram até o domingo, 8 de janeiro, segundo ela.
Leia disse que as duas chegaram na Esplanada dos Ministérios por volta das 15h43, e "assim que ehegou na esplanada se deparou com uma espécie de guerra".
Ela afirmou ter ficado debaixo de uma árvore e ajudado pessoas que estavam machucadas. A empresária nega ter entrado em qualquer prédio público e afirma que não viu qualquer pessoa patricando dano ao patrimônio público. Leia também negou ter financiado a ida de pessoas para Brasília.
Diferente da amiga, Jacqueline afirmou que ficou acampada por quatro dias no QG do Exército, tendo ficado no acampamento em parte dos dias e também pernoitado em um hotel. Ela confirmou, porém, que foram juntas de carro para Brasília.
No 8 de janeiro, segundo Jacqueline, as duas passaram pelo QG por volta das 13h, foram almoçar e por volta das 15h foram para a "manifestação".
Ela disse que, quando chegaram, as pessoas já tinham entrado nos prédios públicos, "tendo ouvido bomba e viu muita gente ferida".
Ao ser mostrada imagens dos ataques, a empresária "afirmou que estava em uma manifestação pacífica e democrática contra a corrupção e censura". Negou também ter financiado ou incitado outras pessoas a irem a Brasília naquela data.
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Wagner 20/04/2023
Emocionante e ver o ministro do Gonçalves no dia 8 lá também
1 comentários