CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O ex-secretário de Estado de Fazenda, Eder Moraes classificou como “irresponsável” e “atabalhoada” a Operação Bereré, desencadeada pelo Ministério Público nesta última segunda-feira (19).
Eder afirmou que irá processar os promotores de Justiça Antonio Sérgio Cordeiro Piedade, Carlos Roberto Zarur Cesar e Samuel Frungilo, que assinaram os pedidos de prisão preventiva relativos à operação.
Entre os alvos de pedido de prisão estão a esposa de Eder, Laura Tereza da Costa Dias, seu filho, Eder de Moraes Dias Junior. Os pedidos foram negados pelo Tribunal de Justiça.
O Gaeco investiga um esquema de lavagem de dinheiro e distribuição de propina no Detran-MT, operado pelas empresas EIG Mercados (antiga FDL) e Santos Treinamento Ltda.
Nossos advogados saberão como agir, buscando reparar os danos morais, calúnia, injúrias e assim evitar que mais inocentes sejam jogados no lamaçal dos que forjam provas ao arrepio da lei
O MPE afirma que Laura e Eder Junior figuram como sócios-proprietários da HM Comércio de Combustíveis Ltda, empresa que mantinha “intensa movimentação financeira” com o atual presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho.
Consta no pedido de prisão que, por meio da HM Comércio de Combustíveis, Laura e Eder Junior tiveram 20 cheques – que totalizam R$ 147,7 mil – compensados na conta bancária da empresa e sacados.
Conforme o MPE, Laura e Eder Junior “se encontram numa sequência de atos destinados a esconder a origem ilícita” do dinheiro fruto do esquema.
“Acusações inescrupulosas”
Por meio de uma nota, o ex-secretário - condenado pela Justiça Federal a 104 anos de prisão, por esquema investigados na Operação Ararath - disse que as acusações feitas pelos promotores do MPE contra seus familiares são “inescrupulosas”.
Ele afirmou que a esposa e o filho adquiriram a empresa HM Comércio de Combustíveis em 11 de março de 2013, enquanto que os fatos imputados a eles datam de 08 de julho de 2011 a 22 de fevereiro de 2013.
“Neste período, os administradores da referida empresa eram outros sócios, não cabendo a Laura e Eder Júnior absolutamente qualquer relação com os fatos”, disse o ex-secretário.
“Nossos advogados saberão como agir, buscando reparar os danos morais, calúnia, injúrias e assim evitar que mais inocentes sejam jogados no lamaçal dos que forjam provas ao arrepio da lei. Para estes, esperamos a mais enérgica e pronta ação do Conselho Nacional do Ministério Público, da Corregedoria Geral e das instâncias judiciais cabíveis”, acrescentou Eder Moraes.
Infelizmente o nosso MPE tem cometido erros primários e injustificáveis que só podem encontrar guarida na perseguição ou vingança notadamente pessoal
“Espetáculo midiático”
Ainda na nota, o ex-secretário acusou o MPE de agir de forma midiática e sem tomar o devido cuidados com as acusações.
Sugeriu ainda, ser alvo de perseguição por parte do Ministério Público que, segundo ele, comete “erros primários e injustificáveis”.
“O Naco, por meio do MPE, de forma irresponsável, descabida, atabalhoada e lacônica na sua essência, atribui responsabilidades indevidas e acusações sem provas e o que é pior, jogando no lixo e na mais profunda cova do lamaçal, nomes de inocentes, sem qualquer cuidado e sim no afã de buscar espetáculo midiático”.
“Infelizmente o nosso MPE tem cometido erros primários e injustificáveis que só podem encontrar guarida na perseguição ou vingança notadamente pessoal. Graças a um magistrado responsável (José Zuquim), maduro e consciente foi evitado mais um daqueles erros que causam cicatrizes incuráveis. Mas não pôde evitar a difamação, injúria, calúnia e acusação falsa”, completou o ex-secretário.
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