MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
O advogado Eustáquio Neto, que faz a defesa da empresária Maria Angélica Caixeta Gontijo, avaliou que a prisão da cliente foi um "equívoco" da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ela é investigada como suposta mandante do assassinato do advogado Roberto Zampieri, em Cuiabá, em dezembro passado.
Entre os argumentos, Eustáquio pontuou que o atirador confesso, Antônio Gomes da Silva, disse que à polícia que o mandante seria um homem com sotaque sulista.
Maria Angélica ficou cerca de um mês presa antes de ser solta por decisão do juiz João Bosco Soares da Silva, da 10ª Vara Criminal de Cuiabá. Tanto a Polícia Civil quanto o Ministério Público Estadual (MPE) discordaram da soltura dela e o MPE recorreu da decisão.
Além da empresária, foram presos Antônio Gomes, o atirado, o instrutor de tiros Hedilerson Fialho Martins Barbosa, suspeito de intermediar o crime, e ainda o coronel da reserva do Exército Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, que teria pagado pela execução do assassinato.
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O advogado Eustáqui Neto elogiou a rapidez da DHPP para prender os demais suspeitos, mas pontupu que Maria Angélica não teria qualquer envolvimento.
"Porém, com o máximo respeito, acreditamos que em relação à Maria Angélica houve um grande equívoco. O que a defesa fez, e vem fazendo, é tentar demonstrar que ela não tem qualquer envolvimento. O fato que trouxe mais à tona e levamos a conhecimento do doutor João Bosco, juiz que acompanha o caso, foi exatamente o depoimento do Antônio Gomes, que é o atirador confesso, onde ele afirma com detalhes que o verdadeiro mandante, muito ao contrário do que vinham afirmando, não seria uma mulher, e sim um homem", disse em entrevista à CBN Cuiabá.
O defensor citou um áudio do coronel Caçadini a Hedilerson cobrando a execução do crime, e registrou que o atirador Antônio Gomes teria reconhecido o mandante como um homem com sotaque "italiano", o que seria um sotaque sulista ou gaúcho.
A conversa teria registrado que a motivaçao seria a perda de uma fazenda do mandante para o advogado Roberto Zampieri, com o irmão do mandante estando prestes a perder outra propriedade para o mesmo advogado.
"Ou seja, não tem nada a ver com a Maria Angélica e aos poucos, com o delegado Nilson Farias, que vem presidindo esse inquérito de maneira responsável e eficiente, demonstramos que o fato de a Maria Angélica morar no mesmo Estado do pistoleiro, do comparsa e do coronel Cassadini, não é na mesma cidade, isso por si só não daria margem para ligar ela diretamente a esse crime", seguiu o advogado.
Segundo Eustáquio Neto, Maria Angélica confirmou ter tido um desentendimento com Roberto Zampieri. Ele advogava para a empresária, que tem terras na região do Araguaia, mas Zampieri teria passado a atuar para parte contrária a Maria Angélca.
"Mas ela usou os meios legais, representou perante a OAB, processou criminalmente porque entendeu que ele estava advogando para a parte contrária, e isso é crime", destacou o advogado, lembrando que a empresária entrou com uma ação civil rompendo contrato e pedindo indenização. "Fez o que qualquer cidadão que sente lesado faria", arrematou.
Ainda de acordo com o advogado, Maria Angélica vinha sendo vítima de ameaças em Mato Grosso. Ela mora em Patos de Minas (MG), cidade 400 km distante de Belo Horizonte (MG), onde o executor do crime foi preso.
As ameaças teriam vindo de grileiros, sendo um empresário cliente de Zampieri e policiais militares que atuam no Araguaia. As viagens de Maria Angélica a Cuiabá teriam sido realizadas, inclusive na data da morte de Zampieri, para tratar das ameaças na Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) e na Corregedoria-Geral da Polícia Militar.
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