CECÍLIA NOBRE
Da Redação
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Um estudo realizado pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), aponta oito municípios das regiões Norte, Centro e Sul do estado de Mato Grosso com alta incidência de casos de câncer devido a exposição prolongada da população aos diversos tipos de agrotóxicos utilizados nas regiões de lavoura, assim como o elevado consumo de agrotóxicos no estado.
Os municípios com maior incidência são: Cuiabá, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Sinop, União do Sul, Porto dos Gaúchos, Santa Rita do Trivelato e Nova Marilândia.
O artigo, publicado neste ano, analisou a distribuição espacial de taxas de incidência de câncer no estado de Mato Grosso a cada quatro anos, no perído de 2001 a 2016.
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No estudo, os pesquisadores ressaltam que a maioria destes municípios mato-grossenses são grandes produtores de commodities agrícolas para exportação, onde se concentra um grande contingente de pessoas envolvidas na agricultura e pecuária, com um menor grau de instrução - dificultando o manejo adequado de agrotóxicos - e maior exposição ocupacional e ambiental e esses produtos.
O artigo afirma ainda que essas cidades possuem uma exposição prolongada da população em geral aos diversos tipos de agrotóxicos utilizados nas regiões de lavoura, assim como um elevado consumo de agrotóxicos no estado.
De acordo com o estudo, no período de 2001 a 2016 foram notificados 74.756 casos novos de câncer no estado de Mato Grosso, sendo 52,84% na faixa etária de 60 anos ou mais. Os cinco principais tipos de câncer no período foram próstata (12,08%), mama (9,33%), pulmão (5,39%), colorretal (5,31%) e colo de útero (4,95%).
Os pesquisadores relatam que nas estimativas de câncer, no estado de Mato Grosso, para o ano de 2020 se destacaram os seguintes tipos: próstata, pulmão, colorretal, estômago e cavidade oral, entre homens, e mama feminina, colo do útero, colorretal, pulmão e estômago, entre mulheres.
De uma forma geral, os autores do artigo observaram que as maiores taxas da doença ficaram concentradas em municípios das partes norte, centro e sul do estado. Além disso, ao longo do período de estudo, houve diminuição do número de municípios com elevadas taxas, enquanto ocorreu aumento de valores em outros municípios, notadamente os da porção centro-norte do estado, que tem a agricultura como principal característica econômica.
O outro lado
A reportagem do Midiajur entrou em contato com a Secretária de Estado de Saúde (SES) sobre o referido artigo e não obtivemos resposta até o fechamento desta matéria. O espaço segue em aberto.
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Tomás de Aquino Portes e Castro 11/07/2023
As pragas e doenças são implacáveis com as plantas, pior que elas preferem justamente as que nós cultivamos. Portanto, produzir sem os defensivos é muito difícil. O que falta é uma assistencia técnica competente e imparcial e, paralelamente, uma fiscalização intensiva, afim de averiguar a aplicação correta dos defensivos, desde a aquisição do produto pelo produtor até a colheita.
Cindy 11/07/2023
Vitor, eis o link do estudo. Sugiro a leitura. https://pedroejoaoeditores.com.br/2022/wp-content/uploads/2023/06/EBOOK_Ambiente-saude-e-agrotoxicos.pdf
Carol Shakti 11/07/2023
Mas pelo menos nosso querido Mato Grosso é campeão do Agronegócio. Viva nós!!!
Alberto 11/07/2023
https://www.neowater.com.br/post/mapa-da-agua // Agro põe Brasil diante do buraco: cresce cerco a agrotóxicos, UE e mundo imporão restrições https://youtu.be/rKYCeIFoTFk // A destruição ambiental está acontecendo em velocidade maior que a prevista em todos os modelos https://youtu.be/x57EybIGF04 // NÂO TEM PLANETA B !
Acauã 10/07/2023
Caro Vitor, suas críticas ao texto são infundadas, pois é uma Notícia sobre um Estudo da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) !! Quer checar os Dados ? Procure o Estudo da UFMT !!
Moacir Lacerda 10/07/2023
para os que querem dados sobre contaminação com glifosato... leiam essa dissertação de mestrado... https://theintercept.com/document/2018/09/14/dissertacao-inacio-pereira-lima/ a dissertação foi no Piauí... mas a soja e o plantio dela é o mesmo no Brasil...
Vitor é burro 10/07/2023
Há expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas. Queira, por gentileza, refazer o seu comentário
gilson souza 10/07/2023
Em resposta ao Vitor, os defensivos agrícolas caem nos rios, as nascentes dos rios de Cuiabá estão em regiões agrícolas, agora se o Estado fiscalizasse essas nascentes Cuiabá não teria esse problema.
Lucas 10/07/2023
Cadê o link do estudo?
Vitor 10/07/2023
Como que Cuiabá está dentro da lista se as lavouras nem estão ao redor do município como os outros municípios produtores? Engraçado que hoje os equipamento de proteção individual, EPI, são cada vez mais utilizados e ainda se tem o aumento do número de casos supostamente devido aos \"agrotóxicos\". Se eu fosse sensacionalista, concluiria como esta matéria, que os EPI, que seguem muitas normas regulamentadoras, as NRs, não funcionam. E cadê o nome dos responsáveis por esse estudo? Muito fácil colocar nas costas da agricultura os problemas da sociedade no anonimato. Mal sabe que quem paga esses \"pesquisadores\" são os próprios produtores rurais.
Angela Maria Vallejo Torres Patrício 09/07/2023
O câncer espalhou devido o alto índice de agrotóxicos jogados nas lavouras por aviões. Os agrotóxicos que a Europa proibiu em seu continente é usado no Brasil sem nenhum controle.
11 comentários