DA REDAÇÃO
Um estudo de situação da Polícia Militar identificou, ainda em 2023, que o grupo de famílias que ocuparam uma área de 139,6 hectares, conhecida como "Brasil 21", na região do Contorno Leste, em Cuiabá, recebeu financiamento do Comando Vermelho para construção de casas. O estudo foi feito em meio ao processo judicial, cuja ordem de desocupação a PM cumpriu ordem judicial na segunda-feira (11).
Segundo o estudo da PM, a facção teria financiado materiais de construção e feito a distribuição de lotes com o objetivo de controlar o local. A exigência imposta às famílias é que permanecessem no local da invasão.
"De acordo com informações levantadas organizações criminosas de denominação (CV – Comando Vermelho) estão financiando materiais de construção e fazendo distribuição de lotes com finalidade de tomada do local, colocando como exigência que permaneçam no local da invasão", diz o estudo.
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Conforme imagens da Polícia Militar, algumas das casas levantadas pelos moradores eram de alvenaria e bem construídas, contando inclusive com piscina e motor hidráulico. As estruturas deverão ser demolidas no processo de desocupação da área.
A desocupação na segunda-feira (11) cumpriu decisão da juíza Adriana Sant’Anna Coningham, da 2ª Vara Especializada em Direito Agrário, que determinou a reintegração de posse dos 139,6 hectares. A área pertence a João Antônio Pinto, de 87 anos, que foi morto por um policial civil em 23 de fevereiro deste ano.
"Estão construindo casas em alvenaria e se colocam como proprietários dos lotes, não demonstrando inicialmente vontade ou iniciativa de desocupação", aponta o relatório de 2023.
O estudo de situação da Polícia Militar também identificou que a propriedade foi dividida em mais de 570 lotes. O cumprimento da ordem judicial estava previsto para acontecer na segunda-feira (11). Mas, já na noite de domingo, policiais militares estiveram na região.
Reprodução
Durante o cumprimento das ordens judiciais, policiais militares atiraram balas de borracha e utilizaram spray de gás de pimenta em direção aos ocupantes, que resistiam à reintegração de posse.
Já no ano passado, a PM apontava a "necessidade de apoio policial, necessitando assim de apoio das Unidades Especializadas para comprimento e garantia da segurança de todos envolvidos de pelo menos uns 20 policiais".
"Considerando o perfil dos invasores e as informações obtidas de possível envolvimento de grupos criminosos com supostos financiamentos no local á a necessidade razoável nível de atenção a realização da visita técnica com possibilidade. De algum tipo de resistência e ou ação contra a realização da mesma", conclui o relatório.
A invasão da área teve início em janeiro de 2023. O terreno de mais de 130 hectares de extensão fica entre os bairros Osmar Cabral e Dr. Fábio. João Pinto, as famílias e até a Prefeitura de Cuiabá disputavam a região. No local, irá passar a avenida do Contorno Leste.
"A área, invadida, trata-se de uma propriedade localizada em perímetro urbano estando ela no momento sendo ocupada por grande número de pessoas porém com poucas família morando, sendo que a maior parte dos envolvidos não se encontram no local o tempo todo", relatam os militares.
Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) alegou que os policiais militares presentes no cumprimento da reintegração de posse foram atacados pelos moradores do Brasil 21 com paus, pedras e fogos de artifício.
Por isso, os militares revidaram com o uso de armas não letais como balas de borracha e spray de gás de pimenta.
"A ordem judicial segue sendo cumprida, com o oficial de justiça, designado pelo judiciário, e equipes da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, entre outras, acompanhando os invasores na retirada de seus pertences", destacou a Sesp.
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Vanessa 13/03/2024
Até onde vai uma notícia falsa né. Vc acha que comando vai dá auxílio de dinheiro pra fazer construção de tijolos. Não vai um trabalhador parcela várias vezes no cartão de crédito, pra construir. Achando que alguém da dinheiro pra outras pessoas. Vai atrás da verdade. Uma palhaçada uma matéria dessa sem escutar os dois lados da história.
1 comentários