LAURA NABUCO
DA REDAÇÃO
A Justiça recebeu a denúncia feita pelo Ministério Público do Estado contra o empresário do ramo da mineração, Filadelfo dos Reis Dias, e outros sete acusados de serem os autores da tentativa de homicídio contra os empresários Valdinei Mauro de Sousa, ex-sócio de Filadelfo, e Wanderlei Torres, da Construtura Trimec.
O MPE acusa o empresário e outras sete pessoas por tentativa de homicídio qualificado e roubo qualificado.
A decisão é da última quarta-feira (27), data em que a Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) também negou o pedido de habeas corpus impetrado pela defesa Marcelo Takahashi. Funcionário de Filadelfo, ele está entre os acusados porque teria ajudado o empresário a contratar os bandidos que praticaram o crime. No recurso, ele alegava ausência de justa causa para seu indiciamento no inquérito policial.
Filadelfo e Marcelo chegaram a ser presos no último dia 24, quando dembarcavam de uma viagem para São Paulo, no aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande. Na oportunidade, foram abordados por agentes do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do MPE.
No dia seguinte, a desembargadora Maria Helena Póvoas concedeu uma liminar em que determinava a libertação dos dois sob o argumento de que o mandado de prisão contra eles não possuía a fundamentação necessária.
Por meio da assessoria, o Ministério Público adiantou que vai recorrer da decisão. A Promotoria pontuou que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já pacificou a questão no sentido de que irregularidades formais no mandado de prisão não tiram a validade e efeito da decisão constritiva de liberdade.
O MPE acrescentou, ainda, que o mandado de prisão expedido pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Várzea Grande seguiu os padrões formais exigidos pelo Sistema Apolo do Tribunal de Justiça e que, caso seja aplicado o mesmo rigor a outros casos, centenas de presos deveriam se imediatamente colocados em liberdade.
A Promotoria ainda repudiou as supostas declarações feitas pela defesa dos acusados de que o Ministério Público teria induzido o juiz Abel Balbino Guimarães, que atuou no processo, ao erro. Segundo o MPE, “o magistrado demonstrou total conhecimento do processo, independência funcional e obediência à sua consciência e os ditames da lei”.
Entenda o caso
Filadelfo é acusado de ser o mandante da tentativa de assassinato contra os dois empresários porque teria uma desavença comercial com as vítimas referente à aquisição da Fazenda Ajuricaba, propriedade rural com alto potencial aurífero, localizada em Várzea Grande.
Conforme a denúncia do MPE, a primeira ameaça de morte que Filadelfo teria feito a Valdinei teria ocorrido ainda em janeiro de 2012, meses depois da sociedade entre eles se desfazer. A partir daí, Valdinei resolveu comprar um veículo blindado.
Em abril do mesmo ano, a vítima fez um novo negócio, desta vez com Wanderlei e com o hoje prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB). Na ocasião, eles compraram a Fazenda Ajuricaba, propriedade na qual Filadelfo também estaria interessado.
Neste mesmo mês, então, Filadelfo e Marcelo teriam contratado João Paulo Pereira, Josinei Moreira de Araújo, José de Oliveira Campos, Gelfe Rodrigues de Souza Júnior, André de Souza Neves para executar o crime.
Eles teriam seguido Valdinei e Wanderlei dentro da propriedade e efetuados ao menos 30 disparos, que só não atingiram as vítimas graças à blindagem do carro. Os executores da tentativa de homicídio ainda teriam roubado cerca de 100 quilos de ouro bruto, aparelhos celulares, um detector de metal e outros pertences. (Com informações da assessoria do MPE)
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