CINTIA BORGES E CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O ex-governador Silval Barbosa afirmou, nesta terça-feira (16), que espera que nenhum governador do Estado cometa os mesmo atos ilícitos que ele.
A declaração foi dada em frente à Controladoria Geral do Estado (CGE), em Cuiabá, antes de dar continuidade à série de depoimentos sobre seu envolvimento com cerca de 100 empresas que teriam pago propina em sua gestão.
“Hoje me preocupo com Mato Grosso, me preocupo com a população. Me preocupo com que aqui tenha um gestor que faça uma boa gestão. Que não cometa ilícitos, como eu cometi com mais pessoas, infelizmente”, disse.
O ex-governador foi condenado a 13 anos por envolvimento em organização criminosa, concussão e lavagem de dinheiro.
Não que fazer calúnia contra ninguém. Cada um assume a responsabilidade. Se vai refletir na eleição ou não, não estou preocupado"
Silval, entretanto, preferiu não comentar sobre como a colaboração feita no ano passado pode interferir nas eleições de 2018.
“Estou preocupado em colaborar com a justiça, em relatar os fatos. Não quero fazer calúnia contra ninguém. Cada um assume a responsabilidade. Se vai refletir na eleição ou não, não estou preocupado”.
O ex-governador pediu a desfiliação do MDB em novembro passado. Em decorrência do acordo de delação, ele não poderá se candidatar a cargos públicos novamente.
“Eu já entreguei minha desfiliação, não participo de nada por força do acordo de delação premiada]. Eu não vou concorrer a nada”, finalizou.
Depoimento na CGE
Silval presta depoimento nesta semana, na Controladoria Geral do Estado (CGE), em Cuiabá, sobre o envolvimento das empresas com pagamento de propina.
As empresas são alvos de várias auditorias abertas a pedido do governador Pedro Taques (PSDB) para apurar eventuais prejuízos aos cofres públicos por atos registrados na antiga gestão.
Em outubro do ano passado, a CGE revelou que detectou um rombo de R$ 1,03 bilhão em contratos da administração passada.
Todas as empresas investigadas foram citadas no acordo de colaboração premiada de Silval, firmado com a Procuradoria Geral da República (PGR) e homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fuz, no ano passado.
A delação
Entre as empresas citadas por Silval está a 3 irmãs Engenharia, Amaggi Exportações e Importações, Buffet Leila Malouf, Consignum, Consórcio VLT Cuiabá, Delta Construções, Engeglobal Construções, Grupo JBS, Trimec Construções, Rede Cemat e Grupo Martelli.
No caso do Consórcio VLT Cuiabá – Várzea Grande que é formado por CAF Brasil, CR Almeida, Santa Bárbara Construções, Magna Engenharia, Astep Engenharia, Cohabita Construções, Todeschini Construções e Terraplanagem, Constil Construções e Terraplanagem, o ex-governador narrou que R$ 18 milhões foram pagos ao grupo para que o contrato com o Estado fosse mantido.
O valor correspondia a 3% do valor da obra e serviu para o pagamento de dívidas de campanha do grupo político do Silval, além de abastecer outros esquemas.
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