Em depoimento à 10ª Vara Federal de Brasília, nesta segunda-feira (17/5), o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro afirmou que usou o aplicativo Telegram para trocar mensagens "sem qualquer mancha de irregularidade e sem qualquer espécie de assunto ilícito", mas desistiu em 2017 por não considerá-lo confiável.
O juiz das ações do consórcio de Curitiba, autoapelidada "lava jato", foi testemunha na ação penal da operação "spoofing", que prendeu os responsáveis pela invasão hacker aos aparelhos de procuradores do Paraná.
O Ministério Público Federal acusou seis pessoas de organização criminosa, lavagem de dinheiro e interceptações telefônicas ilegais, que acessaram conversas de diversos agentes públicos.
Na mesma audiência, também foi ouvida como testemunha a ex-deputada Manuela D'Ávila (PCdoB), que teria intermediado o contato de um dos hackers com o jornalista Glenn Greenwald, à época no site The Intercept Brasil, que publicou originalmente as reportagens sobre o conteúdo das mensagens. D'Ávila afirmou que a ação do grupo investigado foi um serviço prestado ao país.
Para Moro, segundo informações da Folha de S.Paulo, "as mensagens foram utilizadas de maneira sensacionalista para buscar interromper investigações contra crimes de corrupção e anular condenações de pessoas que se envolveram em crimes de corrupção".
O ex-juiz, que agora trabalha para um consultoria nos Estados Unidos que cuida da recuperação judicial da Odebrecht, uma das "vítimas" da sanha lavajatista, saiu em defesa da força-tarefa e afirmou que todas as ações foram feitas conforme a interpretação da lei. Também alegou nunca ter influenciado o trabalho de investigadores da Polícia Federal.
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