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POLÍTICA Terça-feira, 26 de Novembro de 2013, 11:03 - A | A

26 de Novembro de 2013, 11h:03 - A | A

POLÍTICA / MOTIVAÇÃO POLÍTICA

"Usaram a PF para tentar arranhar a imagem de Julier"

Advogado Fernando Henrique disse que não há, nos autos, nada que justifique a decisão

DO MIDIANEWS



O advogado Fernando Henrique Ferreira Nogueira, que defende o juiz federal Julier Sebastião da Silva, afirmou que a busca e apreensão feita na casa do magistrado pela Polícia Federal, ontem (25), tem viés "totalmente político".

Segundo ele, a ação da PF tem por objetivo prejudicar o juiz perante a opinião pública.

"Está claro: usaram instituições como o Ministério Público e a Polícia Federal para tentar arranhar a imagem de um juiz honesto, imparcial e combativo", afirmou ao MidiaNews.

Ele está em Brasília e, por telefone, disse que teve acesso aos sete volumes, de 200 páginas cada, sobre as investigações, que tratam sobre possível favorecimento por meio de decisão judicial de seu cliente.

"Tive acesso aos autos e não há nada, absolutamente nada que comprometa Julier. O que há é conversa de pessoas, de terceiros, muitas vezes citando o nome dele. Em outras, ele fala de questões políticas, sobre reuniões, mas nada que o comprometa", afirma.

Duas negativas do TRF


Segundo Fernando Henrique, o desembargador federal Luciano Tolentino Amaral, do Tribunal Regional Federal da Primeira Região, negou por duas vezes o pedido para a realização de busca e apreensão relacionada ao juiz Julier.

"O Ministério Público Federal usou de pressão para constranger, também, o desembargador. Por duas vezes, anteriormente, o doutor Luciano Tolentino Amaral havia negado o pedido. Isso porque ele não viu nenhum fundamento, absolutamente nada palpável nos autos, para dar a decisão. O Ministério Público está nesta operação desde 2011 e, só agora, de um modo estranho, às vésperas das eleições de 2014, conseguem uma decisão para tentar atingir a moral do juiz Julier", afirmou.

Segundo o advogado, uma das negativas do desembargador ocorreu em 21 de maio de 2013.

"Os pedidos foram indeferidos por ausência de base legal. Depois das duas negativas, o Ministério Público Federal entrou com um agravo regimental, na Corte Especial. Então o desembargador, talvez até constrangido por tamanha insistência, entendeu que deveria dar a autorização. Mas, repito, se tivesse alguma prova contundente, o desembargador teria dado a decisão no primeiro pedido", disse.

Ação política

O advogado também distribuiu uma nota à imprensa. "Trata-se de uma ação visivelmente engendrada com o objetivo de se tentar denegrir a imagem pública do magistrado, já que nos autos verifica-se a total ausência de fundamentos, ou elementos mínimos, que pudessem acarretar a referida busca e apreensão", disse, por meio de nota (veja abaixo).

"É inegável que a tentativa de se envolver o juiz federal Julier Sebastião da Silva na Operação Ararath tenha um viés político, já que o magistrado, sobretudo por seu histórico de serviços prestados à sociedade mato-grossense, e sua postura ética e ilibada, tem sido ventilado como possível candidato nas eleições de 2014", afirmou.

Segundo Fernando Henrique, não restam dúvidas de que, ao longo do processo judicial, será provada a total ausência de materialidade ou quaisquer ligações do magistrado com os fatos apurados.

Confira a íntegra da nota divulgada pela defesa de Julier:

Em relação aos fatos veiculados na imprensa, nesta data, em relação ao juiz federal Julier Sebastião da Silva, temos a esclarecer o seguinte:

1-Trata-se de uma ação visivelmente engendrada com o objetivo de se tentar denegrir a imagem pública do magistrado, já que nos autos verifica-se a total ausência de fundamentos, ou elementos mínimos, que pudessem acarretar a referida busca e apreensão;

2-É importante observar que a solicitação da Polícia Federal foi negada por três vezes pelo Tribunal Regional Federal, dada a ausência de materialidade nos autos (inquérito).

3- É inegável que a tentativa de se envolver o juiz federal Julier Sebastião da Silva na Operação Ararath tenha um viés político, já que o magistrado, sobretudo por seu histórico de serviços prestados à sociedade mato-grossense, e sua postura ética e ilibada, tem sido ventilado como possível candidato nas eleições de 2014;

"Não restam dúvidas de que, ao longo do processo judicial, será provada a total ausência de materialidade e/ou quaisquer ligações do magistrado com os fatos apurados"

4-Nesse sentido, é bem provável que a tentativa de se “arranhar” a imagem do magistrado pode atender a interesses de grupos políticos

5- Não restam dúvidas de que, ao longo do processo judicial, será provada a total ausência de materialidade e/ou quaisquer ligações do magistrado com os fatos apurados.

Atenciosamente,

Fernando Henrique Ferreira Nogueira
Advogado

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