Emanoele Daiane

DA REDAÇÃO

O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) recebeu o relatório da situação da Saúde da Capital depois do período de intervenção do Governo, que finalizou em 31 de dezembro do ano passado, na manhã desta quinta-feira (1º).

O relatório, que tem mais de 500 páginas, foi entregue pelo novo secretário municipal de Saúde, Deiver Teixeira, juntamente com sua equipe de saúde.

No documento, a equipe municipal de saúde apontou um crescimento de 86% no número de mortes no Hospital Municipal São Benedito durante o período de atuação do Gabinete de Intervenção, entre 15 de março e 31 de dezembro. Em nota, o Gabinete de Intervenção classificou a informação como "uma cortina de fumaça para acobertar o caos que é sua gestão".

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De acordo com o relatório produzido pela equipe de Deiver, 196 pacientes morreram no período em que a Saúde esteve com a intervenção, quando, no mesmo período de 2022, foram registrados 105 óbitos.

O gestor assistencial do Hospital São Benedito, o enfermeiro Prioter Antonito Ferreira Gomes, destacou que as mortes foram causadas por causa da mudança do perfil da unidade hospitalar. 

Segundo o profissional da saúde, o São Benedito deixou de atender pacientes graves para cirurgias de alta complexidade na área de ortopedia, neurologia e cardíaca, para receber a demanda de saúde de pacientes das policlínicas e Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) da capital.

"Não tínhamos retaguarda para atender urgência e emergência. Temos 30 leitos, sendo 20 para regulação, que já estava ocupados todos os dias. Tínhamos mais dez, mas eles estavam ocupados. O paciente grave sem ter como transferir vai para a enfermaria. Ai, ele vai agravar, precisa ser entubado e encaminhado. Até isso acontecer, ele pode piorar e ir a óbito", disse o enfermeiro.

Outro lado

Em nota enviada à imprensa, o Gabinete de Intervenção informou que não tomou conhecimento ainda da fala do prefeito Emanuel Pinheiro, mas disse que todos os números do Hospital São Benedito tiveram aumento por que estava praticamente fechado antes do período interventivo.

"Todos os números de atendimentos médicos, ambulatoriais e de UTIs tiveram aumento porque o Hospital São Benedito estava praticamente fechado antes da intervenção assumir a saúde da capital. Ou seja, só por essa informação já é possível constatar que trata-se de mais uma conversa fiada do prefeito Emanuel Pinheiro que, ao invés de trabalhar e garantir atendimento digno à população, cria cortina de fumaça para acobertar o caos que é sua gestão", defendeu Gabinete em nota.

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