MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
A defesa dativa do vereador Marcos Paccola (Republicanos) pediu o arquivamento do pedido de cassação do mandato dele no caso envolvendo o assassinato do agente do sistema socioeducativo Alexandre Miyagawa, o "Japão". Para a defesa, a Câmara de Cuiabá não teria competência para a analisar a questão, já que se trata de um crime.
O pedido de cassação foi feito pela vereadora Edna Sampaio (PT) por quebra de decoro parlamentar. Paccola matou Japão a tiros em 1º de julho deste ano durante uma confusão na região do bairro Goiabeiras.
A defesa do vereador é feita pelos ervidor Eronides Dias da Luz. Paccola teve prazo de cinco sessões para apresentar defesa e não o fez. Por isso, Eronides, conhecido como "Nona", foi indicado como defensor dativo pela Comissão de Ética.
Leia mais:
Juiz rejeita fazer reconstituição do assassinato de agente
De acordo com Nona, foi feita apenas uma "defesa processual", sem entrar no mérito do assassinato.
"Eu aleguei aspectos de legalidade, no entendimento da defesa, de que a Câmara, por se tratar de um crime, a competência recai exclusivamente no Tribunal do Júri, não seria a Câmara o órgão competente para julgar o Paccola, uma vez que não se trata de decoro parlamentar, no entender da defesa, mas sim de um crime contra a vida, de competência do Tribunal do Júri", afirmou Nona.
O relator do processo na Comissão de Ética é o vereador Kássio Coelho (Patri). A comissão tem como presidente Lilo Pinheiro (PDT) e como membro Adevair Cabral (PTB). A Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) deve auxiliar no relatório final.
"A defesa faz a defesa que ele quer, agora o relatório não vai ser igual à defesa. Nós vamos ter acesso... com certeza ele está se defendendo, faz parte do debate político e do direito que o veereador tem, mas nós vamos fazer o nosso relatório", disse Kássio Coelho.
O relator indicou que assistiu às imagens e leu "matérias" sobre o caso, mas que a decisão da Comissão, que ainda precisa ser avalizada no Plenário por maioria, será tomada de maneira coletiva.
"A gente vai tomar a decisão em coletivo. Não adianta eu querer antecipar as coisas, tomar uma decisão isolada. Vamos tomar em conjunto, até porque, a Casa está sangrando, eu viajo o Estado e muitas pessoas perguntam desse caso, então a gente vai soltar esse caso o mais rápido possível", concluiu.
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.