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OPINIÃO Quarta-feira, 05 de Fevereiro de 2025, 14:50 - A | A

05 de Fevereiro de 2025, 14h:50 - A | A

OPINIÃO / TATIANE RAMALHO

Divórcio Cinza: liberdade ou desafio?

TATIANE RAMALHO



Nos últimos anos, um fenômeno silencioso tem ganhado destaque nos tribunais e na sociedade: o aumento expressivo do número de divórcios na maturidade, popularmente chamado de “divórcio cinza”. Casais com mais de 50 anos, após décadas de união, estão optando pela separação em busca de uma nova fase da vida.

Esse movimento, antes raro, agora é impulsionado por mudanças sociais, econômicas e culturais. Mas o que leva casais a se separarem após tanto tempo juntos? Quais são os desafios jurídicos e patrimoniais desse tipo de divórcio? E como se preparar para essa transição?

O casamento, por muito tempo, foi visto como uma instituição indissolúvel, especialmente entre gerações mais antigas. Entretanto, a sociedade mudou. As pessoas vivem mais, têm mais autonomia financeira e passaram a valorizar o bem-estar individual.

Com isso, muitos casais chegam a um ponto de reflexão: continuar em um casamento sem realização ou buscar um novo recomeço? A resposta tem sido cada vez mais, o divórcio.

Diversos fatores contribuem para essa tendência crescente, destacando:

* Maior expectativa de vida e busca por felicidade: As pessoas estão vivendo mais e, com isso, repensando sua qualidade de vida. Muitos chegam aos 50 ou 60 anos e percebem que ainda têm um longo caminho pela frente. Isso leva à reflexão: “Quero passar os próximos 30 anos nesse relacionamento?” Quando a resposta é negativa, o divórcio se torna alternativa.

* A saída dos filhos de casa: Muitos casais passam décadas focados na criação dos filhos, e a relação conjugal acaba em segundo plano. Quando os filhos se tornam independentes, o casal pode se dar conta de que não compartilha mais interesses ou conexão emocional, levando à separação.

* A independência financeira, principalmente das mulheres: As gerações anteriores muitas vezes permaneciam em casamentos infelizes por dependência financeira. Hoje, com maior participação no mercado de trabalho e acesso a investimentos, muitas mulheres não se sentem obrigadas a permanecer em relações insatisfatórias.

* Mudanças na visão do casamento: O casamento deixou de ser visto como uma instituição indissolúvel. A sociedade moderna valoriza o bem-estar individual, e muitas pessoas percebem que não precisam continuar em um relacionamento que não agrega felicidade.

* Impacto da aposentadoria: A rotina muda drasticamente com a aposentadoria e para alguns casais, isso fortalece a relação, porém, para outros, a convivência intensa evidencia problemas antes ignorados.

Contudo, o divórcio na maturidade envolve questões jurídicas complexas, principalmente em relação à divisão de bens, pensão e herança.

Isso porque, no Brasil, existem quatro regimes de bens mais comuns: comunhão parcial de bens, comunhão universal de bens, separação total de bens e participação final nos aquestos. Entender como cada um funciona é essencial para garantir segurança jurídica e evitar conflitos futuros.

Recomeçar não é fácil, principalmente para muitas mulheres se torna desafiador, pois ao longo do matrimônio se dedicaram exclusivamente à família, ao lar e aos filhos não tendo condições de se manter sozinhas, portanto é importante antes de optar pelo divórcio fazer um planejamento jurídico, financeiro e emocional.

O divórcio cinza vem refletindo mudanças profundas na sociedade e nos relacionamentos. Embora o divórcio na maturidade possa ser desafiador, muitos enxergam essa fase como um recomeço. Para outros, é um processo doloroso, que envolve não apenas questões emocionais, mas também patrimoniais.

Diante desse cenário, é fundamental buscar orientação jurídica especializada para garantir que a separação ocorra de forma justa e segura. Afinal, o divórcio cinza pode até significar o fim de um ciclo, mas também pode ser o início de uma nova jornada de autodescoberta e felicidade.

Tatiane Barros Ramalho é advogada, Presidente do Instituto Mato-grossense de Advocacia Network do Estado de Mato Grosso; Presidente da Comissão de Infância e Juventude do IMAN; Presidente da Comissão de Agronegócio do IMAN; Conselheira Titular do CEDCA; Palestrante.

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