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MEIO AMBIENTE Domingo, 21 de Abril de 2024, 15:22 - A | A

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MEIO AMBIENTE / ESTIAGEM SEVERA

Rios do Pantanal começam a diminuir volume e 2024 deve ter a seca mais intensa

ALLAN PEREIRA
Da Redação



Os rios da bacia do Paraguai começam a diminuir de nível quando deveriam começar a subir e alargar a planície do Pantanal em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Das 18 estações que medem o nível dos rios da bacia do Paraguai-Pantanal, 9 estão com valores abaixo da mediana histórica para a época, conforme o boletim do Serviço Geológico do Brasil (SGB).

Segundo um alerta do Map Biomas e da própria SGB, 2024 pode superar os anos de 2020 e 2021 e ser um dos mais secos da história do Pantanal, mesmo com as chuvas que caíram na região entre outubro do ano passado e março. O quadro faz um alerta para o risco de incêndios no período de estiagem do Centro-Oeste brasileiro, geralmente ocorrido no segundo semestre.

A SGB monitora o nível dos rios na bacia do rio Paraguai. Para o Midiajur, um dos pesquisadores da autarquia, Marcelo Parente Henriques, explicou que as chuvas foram muito abaixo da média entre outubro de 2023 e março de 2024. Por isso, os rios não estão com níveis satisfatórios para iniciar o processo de inundação da planície do Pantanal.

"Já deveria ter caído a quantidade de água necessária no território para os rios estarem nos valores médios. Os valores de hoje estão bem próximos dos valores mínimos registrados nas séries históricas", destacou.

Leia mais:

Fazendeiro nega desmate químico e diz que área foi destruída pelos incêndios de 2020 no Pantanal

Vislumbramos um ano difícil

O período de chuvas no Pantanal ocorre entre outubro e março. Toda a água da chuva que cai no alto da bacia do Paraguai deságua na planície do Pantanal. A inundação atinge o pico máximo durante o mês de junho e julho. A partir deste período do ano, as águas começam a baixar até o retorno das chuvas na região. Mas o fenômeno de baixa começou mais cedo neste ano.

Os pesquisadores do SGB apontam que, mesmo que as chuvas fiquem dentro da média durante o período de estiagem no centro-oeste brasileiro (abril-setembro), a seca no Pantanal vai ser pior do que nos anos 2021, 2020, 1971 e 1964 - os mais secos da história do bioma.

O boletim de monitoramento do SGB aponta que, em Barra do Bugres, o nível do rio Paraguai deveria bater quase 2,5 metros, mas está com 2,2 metros de altura. A pior situação é em Cáceres onde o déficit é de quase um metro. O dado é de 3,38 metros quando deveria estar ultrapassando mais de 4,1 metros.

Por conta das chuvas dos últimos dias, o nível do rio Cuiabá na Capital está acima da mediana histórica de pouco mais de 2,5 metros para a época, chegando a registrar cerca de 3 metros nesta semana. A situação do rio também é peculiar por conta da Usina Hidrelétrica de Manso, que consegue controlar a vazão da água e o nível do rio.

Mas logo mais ao sul, em Barão de Melgaço, o nível do rio Cuiabá está 83 centímetros menor do que o esperado para a época. A régua no curso d'rio no município bate 4,47 metros quando deveria bater 5,3 metros.

O pesquisador aponta que a estação mais importante para verificar se a planície do Pantanal vai ser inundada ou vai enfrentar uma estiagem é a de Ladário (MS), já que tem 125 anos de registros de dados. Os próprios pantaneiros só consideram um ano de cheia quando a água bate a altura de quatro metros na régua da estação. Mas Marcelo aponta que a seca intensa deixou o nível do rio Paraguai muito baixo na região.

Conforme o boletim, o nível do rio Paraguai em Ladário está quase dois metros mais baixo, com a régua batendo em 1,3 metro. O esperado era de 3,25 metros.

"Provavelmente, esse ano, se passar de dois metros [na estação de Ladário], já vai ser um grande progresso. A expectativa é que não chegue nem nesse valor no período do meio do ano, que ocorre o período de pico de cheia na bacia. Vislumbramos um ano difícil", acrescentou o pesquisador.

Mesmo com a chuva que tem caído nos dois estados mato-grossenses, Marcelo não acredita que será possível reverter a situação de seca.

"Isso ameniza um pouco, mas está longe de recuperar. Teria de chover muito ao longo do mês para considerar que dá uma recuperada muito suave na condição. Essa chuva pode minimizar local e momentaneamente, mas não vai segurar o necessário de inundação", pontua.

Segundo Marcelo, a expectativa é que a seca no Pantanal faça repetir os incêndios que atingiram o bioma em 2020 e 2021, além de prejudicar a captação de água em municípios menores, prejudicar a navegação de barcos para escoar produtos agrícolas e alimento para gados.

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